Também ontem, o Conselho Municipal de Educação rejeitou protocolo de retorno dos alunos
(Maheus Pereira / AAN)
Professores da rede pública e particular de Campinas realizaram ontem à tarde um protesto contra a volta às aulas, prevista pela Prefeitura para ocorrer a partir de 7 de outubro. Também ontem, o Conselho Municipal de Educação rejeitou o protocolo de retorno às aulas determinado pela Secretaria Municipal de Educação. Segundo os conselheiros, não seria possível manter as regras previstas no protocolo, como distanciamento, higiene de banheiros e salas e interação dos alunos. A avaliação contempla escolas da rede municipal. A Prefeitura, por outro lado, garantiu que os protocolos sanitários foram elaborados pela secretaria de Saúde e amplamento discutidos pelo Comitê Covid e poderão ser respeitados durante as aulas. A manifestação dos professores foi em frente à Diretoria de Ensino Campinas Oeste, no bairro São Bernardo. Eles assinaram um manifesto e vão entregar às diretorias estaduais de Campinas e à Prefeitura um pedido de suspensão do retorno às aulas neste ano, junto com um abaixo-assinado. O ato contou com um grupo de aproximadamente 150 pessoas e só não foi com maior número de manifestantes porque os organizadores decidiram evitar aglomerações com medidas de distanciamento, uso de máscaras e aplicação de álcool em gel, dentre outras prevenções. Pedro Oliveira, diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e coordenador da Central Sindical e Popular de Campinas (CSP-Campinas), explicou que o retorno, neste momento, é uma medida irresponsável, pois Campinas ainda apresenta altos índices de mortes e contágio e para toda a comunidade escolar, é fundamental que haja uma vacina segura para evitar ampliação do número de casos. "Em todos os locais no mundo que voltaram a ter aulas, houve aumento de casos. É nossa tarefa construir a luta em defesa da educação pública e da vida de todos da comunidade escolar", disse. Oliveira lembrou que a taxa de contaminação ainda é alta, mesmo com a redução nos gráficos de mortes e casos. "Com a volta às aulas, aumenta o contágio porque envolve milhares estudantes, professores, diretores, pessoal de manutenção e pessoas do suporte e do transporte", comentou. A professora Tatiana Kapor reclamou da falta de respeito e investimentos na Educação para que haja um retorno seguro e adequado. Segundo ela, falta também estrutura mínima para higiene e álcool em gel, dentre outras medidas. Citou também as demissões do pessoal de limpeza de empresas terceirizadas. Matheus Pereira, representante da Juventude estudantil, defende o retorno apenas quando houver uma vacina. Respeitar a opinião dos pais, lembrou Ana Carolina Fultaro, é fundamental. Pesquisas feitas pela Prefeitura mostraram que a grande maioria é contra o reinício das atividades presenciais. Paula Pavan destacou que é fundamental haver um ensino remoto democrático, para que todos tenham o direito neste período de aulas sem a presença física de professores e alunos nas escolas.