EDUCADOR DO ANO

Professora de Campinas é finalista de premiação

Trabalho envolvendo alunos do 9º ano que trata do combate ao racismo se destacou entre os quase 5 mil inscritos

Daniel de Camargo
13/07/2019 às 20:14.
Atualizado em 30/03/2022 às 23:00

A professora de Língua Portuguesa Kátia Chiaradia concorre na edição 2019 do Prêmio Educador Nota 10 com projeto desenvolvido no ano passado em Campinas, no Instituto Educacional Imaculada. O trabalho da educadora se destacou entre os quase 5 mil inscritos e trata do combate ao racismo. O anúncio dos 10 vencedores, dentre os 50 selecionados como melhores, acontecerá na próxima quarta-feira. Cada um dos ganhadores do maior e mais importante prêmio da Educação Básica do Brasil receberá R$ 15 mil. Além disso, terão todas as despesas pagas para participar de uma semana de imersão e da cerimônia de premiação, marcada para setembro, em São Paulo. O Educador do Ano, escolhido pela Academia de Jurados, recebe outro vale-presente no valor de R$ 15 mil. As escolas dos professores vencedores também ganham uma verba para a celebração. No último sábado, ao saber que estava entre os finalistas, Kátia publicou em uma rede social que "enxergar as injustiças é o primeiro passo para combatê-las. Educação é lupa, óculos, colírio, luminária, Luz". A professora agradeceu os alunos do 9º ano que participaram do projeto e colegas de profissão que leram e opinaram sobre o projeto, auxiliando assim no seu desenvolvimento. "Viva a Educação! Viva a Escola! Vivam todos os professores comprometidos com uma sociedade mais justa, a despeito do que ela própria tem feito a si", encerrou. Para atrair os estudantes ao tema do racismo, a professora escolheu um filme de super-herói estrelado por um negro e abriu com a classe uma discussão sobre a representatividade nas artes. Criou uma sequência didática com objetivo de preparar seus alunos do 9º ano da escola particular, majoritariamente brancos e de classe social privilegiada, para refletir sobre questões raciais, trabalhar com a argumentação e escrever um artigo de opinião. Em paralelo às etapas, iniciou uma discussão em um fórum virtual com intelectuais e ativistas negros sobre o primeiro grande herói negro do universo dos quadrinhos. Depois de selecionar as interações obtidas, Kátia levou-as para serem lidas e foi realizada uma discussão coletiva. Essa estratégia levou os alunos a ver o negro numa posição de autoridade intelectual, invertendo os papéis sociais normalmente atribuídos a negros e brancos. Engajados no debate, os estudantes desenvolveram a habilidade de argumentar e competências socioemocionais como empatia e consciência social. Projetos finalistas Entre os projetos selecionados, 11 são de Língua Portuguesa, seis de Matemática, seis de Educação Infantil, quatro de História, quatro de Artes, quatro de Educação Física, três de Geografia, três de Língua Estrangeira, três trabalhos conduzidos por diretores e dois de Gestão. Sociologia, Biologia, Ciências e Filosofia tiveram selecionados um trabalho cada. Por ciclo educacional, são 16 do Ensino Fundamental 1, 12 do Ensino Fundamental 2, 11 do Ensino Médio e seis da Educação Infantil. A região do Brasil melhor representada entre os finalistas é a Sudeste, com 26 projetos (18 de São Paulo, seis do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um do Espírito Santo). 

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