LAZER

Proença pede a revitalização do Bosque São José

Vandalismo e falta de manutenção degradam área verde inaugurada há mais de 40 anos no Proença

Rogério Verzignasse
07/05/2013 às 08:25.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:22
Grade que cerca o Bosque São José, oficialmente chamado de Praça Francisco Vivaldi, quebrada e com ferrugem: moradores cobram mais cuidados com o espaço público ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

Grade que cerca o Bosque São José, oficialmente chamado de Praça Francisco Vivaldi, quebrada e com ferrugem: moradores cobram mais cuidados com o espaço público ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

O Bosque São José, inaugurado há mais de 40 anos, colaborou para fazer do Jardim Proença um dos bairros mais valorizados de Campinas. A mata preservada e os equipamentos de lazer se tornaram atração para frequentadores de todas as idades. Mas o tempo passou e o patrimônio foi se degradando. Hoje, os vândalos roubam torneiras e arrombam portões. As alamedas são ponto de encontro de drogados. O piso desnivelado e arrebentado põe em risco quem faz caminhada. Lâmpadas internas queimaram e, todas as noites, a escuridão toma conta da gleba, trazendo insegurança a quem mora nas ruas ao redor.

O bosque, oficialmente chamado de Praça Francisco Vivaldi, foi inaugurado em novembro de 1972. As intervenções públicas na gleba seguiram até 1975, quando a Prefeitura entregou a última etapa das obras: o sistema de iluminação interna. O conforto e a segurança dos usuários eram notáveis, mas, nas últimas décadas o cenário mudou bastante. Para a frustração de quem sempre morou por ali — e tem verdadeira adoração pelo parque — há equipe de manutenção, mas a insuficiência de servidores e a falta de investimentos são nítidos.

A contadora Lyris Biasi Figueiredo, por exemplo, mora há 32 anos na Rua Barretos, de frente para um dos principais acessos à gleba. Ela fala que os próprios vizinhos se cotizaram, há seis meses, para consertar o motor queimado de um bebedouro. “É assim, se compra cadeado, se traz ferramenta de casa. Se a gente quiser um pouco de decência de bosque, tem de arregaçar as mangas”, fala.

Lyris, por sinal, trata de elogiar dois ou três servidores que, diariamente, dão um duro danado para varrer o chão, cortar galhos caídos na gleba imensa, limpar os sanitários simplórios. Mas é pouco. Falta material de construção e um projeto de reviltalização. A situação das alamedas, é deplorável. E quem mais sofre são as pessoas da terceira idade, que fazem caminhada por ali toda manhã. Os tombos são corriqueiros. A criançada também sofre. No playground, só existe a estrutura metálica onde deveria haver quatro balanços.

Também preocupa a situação de árvores gigantescas — como um birizeiro, com mais de 20 metros de altura — que secaram, estão condenadas, e podem cair a qualquer instante. Quem anda pela gleba vê, por todo canto, troncos caídos. O técnico em eletrônica Leonardo Oliveira, que mora em Hortolândia e sempre passeia no Bosque São José, mostra o fio arrebentado por uma árvore podre que caiu no temporal. “Campinas tem um patrimônio belíssimo. Não é certo deixar o bosque tão largado. Muita cidade gostaria de ter uma área de lazer como essa”, fala.

Antônio Angelo Machado, que trabalha como agente de suporte técnico, conta que passa pelo bosque todos os dias para fazer um lanche, na hora do almoço. E também reclama da situação. “Sem manutenção e com vigilância precária, o bosque vai aos poucos deixar de ser frequentado por crianças e idosos. Antes, passear no bosque era diversão. Agora, é um risco. Os vizinhos reclamam com razão”, diz.

Queixa

A própria Lyris tomou a inciativa de denunciar a situação. Ainda em janeiro, ela ligou para o 156, telefone de contato com a Administração, e detalhou a situação. Logo nos dias seguintes recebeu um ofício do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), informando que a administração do parque tomaria providências. E nada aconteceu até hoje.

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