COMÉRCIO

Produtos para festa junina têm variação nos preços de 227,61%

Levantamento foi feito pelo Procon Campinas entre os dias 29 de maio e 2 de junho

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br
09/06/2023 às 09:22.
Atualizado em 09/06/2023 às 09:25
Os produtos mais procurados nesta época do ano são o pé de moleque, pé de moça e paçoca de amendoim, doces típicos dos festejos juninos, muito consumidos nos eventos (Rodrigo Zanotto)

Os produtos mais procurados nesta época do ano são o pé de moleque, pé de moça e paçoca de amendoim, doces típicos dos festejos juninos, muito consumidos nos eventos (Rodrigo Zanotto)

Os produtos típicos de festa junina apresentam variação de preço de até 227,61% em Campinas, de acordo com pesquisa divulgada pelo Procon. O campeão de diferença é a maçã argentina vendida a granel, cujo quilo pode ser encontrado no varejo entre R$ 6,99 e R$ 22,90, aponta o levantamento dos valores de 80 itens realizado em seis estabelecimentos comerciais entre os dias 29 de maio e 2 de junho.

De acordo com a diretora do órgão municipal, Yara Pupo, o objetivo é servir de referência para o consumidor. “Nossa pesquisa foi realizada de forma ampla em regiões diferentes da cidade para oferecer um panorama realista de preços. Uma das características interessantes observadas é que um mesmo estabelecimento pode vender um determinado produto com um preço mínimo e outro com o preço máximo. Por isso, a importância de comparar e pesquisar para fazer boas escolhas”, afirmou ela.

O segundo produto a apresentar a maior diferença de preço foi a maionese vendida em sachê de 500 gramas, comercializada entre R$ 7,98 e R$ 22,98, uma variação de 187,97%. Outro item também do cachorro-quente apareceu em terceiro lugar no levantamento do Procon, com uma diferença de 140,23%. O pacote de 500 gramas do produto foi encontrado de R$ 5,99 a R$ 14,39.

A pesquisa também mostra uma grande variação para produtos típicos desta época do ano. O quilo do gengibre, ingrediente do quentão, é comercializado nos estabelecimentos da cidade entre R$ 6,59 e R$ 10,99, diferença de 66,77%. Já a garrafa de 750 ml do vinho tinto suave, base do vinho quente, apresentou variação de 53,41%, com preço de R$ 19,49 a R$ 29,90.

A bebida ocupa a décima colocação entre os dez itens com maior diferença de valores nos estabelecimentos comerciais (confira tabela nesta página). Independente da marca, o produto que apresentou a menor diferença de valor foi a mistura pronta de bolo de milho, embalagem de 450 gramas, com 4,29%. O item estava sendo comercializado entre R$ 6,99 e R$ 7,29. A pesquisa completa está disponível no site do Procon Campinas – procon.campinas. sp.gov.br/

VAREJO

Apesar do alerta do órgão da importância da pesquisa de preço para economizar, a empresária Eliane Conceição Cremasco da Silva fez na quarta-feira (7) compras para festa junina que será realizada no final de semana em um condomínio em Barra Bonita (SP), onde tem casa de lazer. O município fica às margens do Rio Tietê, onde a água é considerada despoluída e o local é famoso por passeios de barco.

A família vai aproveitar o feriado de hoje, Corpus Christi, e vai viajar para lá. “Eu sempre compro aqui. Não adianta fazer pesquisa por causa do preço da gasolina. Ficar rodando com o carro acaba deixando tudo igual ou até mais caro”, justificou a consumidora. Ela comprava copos plásticos, guardanapo, milho para pipoca e outros produtos para a confraternização que será feita também com os vizinhos.

A dona de casa Aiko Hishisake comprou canjica de milho, amendoim e paçoca para consumir em casa e também não fez pesquisa. “Pelo que vi, os preços estão parecidos com os de outros locais, Vou comprar tudo em um local só”, afirmou.

A diretora do Procon ressaltou que as variações de preços podem ocorrer também em virtude de promoções e descontos, além do período em que a coleta de preços foi realizada.

Yara Pupo disse ainda que há variação de preços entre lojas de uma mesma rede de estabelecimentos comerciais. A pesquisa traz produtos de vários itens típicos ou usados para fazer pratos, como ketchup, mostarda, batata-doce branca e rosada, purê de batata, polvilho doce, mandioca, cravo da índia, ervilha em lata, leite condensado, pinhão, além de milho e produtos derivados como milho verde, pipoca de micro-ondas, fubá, bolo e pão de milho. O levantamento traz os produtos comercializados em, no mínimo, três dos estabelecimentos visitados.

A empresária Eliane Conceição (de óculos) fez compras para festa junina que será realizada no final de semana em um condomínio em Barra Bonita (SP) (Rodrigo Zanotto)

A empresária Eliane Conceição (de óculos) fez compras para festa junina que será realizada no final de semana em um condomínio em Barra Bonita (SP) (Rodrigo Zanotto)

EXPECTATIVA

A diretora comercial de uma rede revendedora de doces, Jéssica Nayanne, disse esperar um aumento de 20% nas vendas de produtos juninos este ano em comparação a 2022. Para ela, o desempenho deve superar até mesmo o resultado de 2019, último ano antes da pandemia de covid-19. “A gente sente que as pessoas estão muito mais animadas com as festas juninas e querem realmente fazer a coisa acontecer”, justificou a diretora.

Após dois anos sem festas juninas por causa das medidas de isolamento social, o evento voltou a ser realizado em 2022 em escolas, paróquias, clubes e entre familiares. Porém, algumas restrições ainda estavam em vigor e muitas pessoas não se sentiam à vontade para frequentar locais com aglomerações.

De acordo com Jéssica, os produtos mais procurados são o pé de moleque, pé de moça e paçoca de amendoim, doces típicos dos festejos juninos. O gerente de uma loja de doces e artigos para festas, Junior Neres, disse que a empresa apostou no aumento das vendas este mês, oferecendo desde itens de decoração, doces, produtos típicos, chás, gengibre e vinho.

“O consumidor encontra desde o kit para a maçã do amor até o chocolate para fazer a cobertura de pirulitos e de morango”, afirmou. Uma novidade que está tendo procura é o marshmallow para assar nas fogueiras das festas juninas. Essa prática é tradicional nos Estados Unidos, onde as pessoas se reúnem em torno do fogo para preparar o produto e conversarem.

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) acredita em um bom desempenho este ano em virtude da realização das festas presenciais sem nenhuma barreira sanitária em virtude da covid-19. De acordo com a entidade, o amendoim e seus derivados são os carros-chefes das vendas nesta época. O produto é encontrado em receitas tanto de pratos doces quanto salgados de várias regiões do País.

A safra nacional no ciclo 2021/2022 foi de 746,7 mil toneladas, aumento de 115% em oito anos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produção brasileira de amendoim na safra 2014/2015 foi de 346,8 mil toneladas. Maior produtor do País, o Estado de São Paulo é responsável por 92,8% da safra. “O amendoim deixou de ser uma cultura secundária e passou a ocupar novas áreas, tanto na expansão do cultivo em rotação com a cultura de cana-de-açúcar, quanto como opção principal do produtor”, afirmou a gerente de Desenvolvimento e Suporte Estratégico da Conab em São Paulo, Marisete Belloli.

Aproximadamente 70% da produção nacional é destinada para exportação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, o consumo médio é 1,6 quilo por habitante/ano, bem abaixo da média mundial de 6 kg/habitante anual. Com foco no consumidor, uma fabricante lançou uma campanha voltada para as festas juninas com o objetivo de atingir um público de 70 milhões de pessoas. As iniciativas envolvem exposição dos produtos, investimentos em redes sociais, ações temáticas e canais online com receitas típicas para o consumidor preparar a festa em casa.

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