CONSUMO

Procura e preço do gás aumentam

Para alguns revendedores autônomos de botijão de gás, a situação é de total falta do produto

Gustavo Magnusson/AAN
28/03/2020 às 10:16.
Atualizado em 29/03/2022 às 19:42

Diante do atual cenário de isolamento domiciliar, restrição de mobilidade e alta procura por produtos de primeira necessidade decorrentes da pandemia do novo coronavírus, a procura pelo gás de cozinha aumentou em Campinas e está fazendo com que revendedores limitem a quantidade de venda do botijão de gás e até mesmo fiquem sem o produto para comercialização. De acordo com o revendedor Matheus Bruno, do Disk Gás Chapadão, a demanda de seu serviço de entrega triplicou nos últimos dias, enquanto a quantidade disponível para compra junto às companhias distribuidoras diminuiu em um terço. "O racionamento parte da Petrobras, que não está liberando gás suficiente para as distribuidoras engarrafarem. Estamos limitando dois botijões por pessoa, mas tem muita gente querendo comprar 10 unidades e não pensando nas outras pessoas que vão ficar sem o produto", lamenta Bruno, que vende cada botijão de gás a R$ 80,00. "O preço não mudou porque a gente entende a situação difícil que todo mundo está passando", afirma. Em Barão Geraldo, a situação é parecida. "A demanda aumentou, mas ainda não está totalmente fora de controle. A média de 70 a 80 unidades que estávamos acostumados a pegar diariamente durava o dia todo e ainda sobrava para o dia seguinte. Agora, está acabando dentro de uma hora e meia. Eu continuo com o mesmo preço que sempre pratiquei e a distribuidora também. O grande problema do momento é que ela não está sendo abastecida pela refinaria com a quantidade normal e por isso reduz os nossos pedidos em torno de 10% a 20% para tentar atender todo mundo", explica o revendedor Antônio Luis Alves, da Genebra Gás, que comercializa os botijões de gás por R$ 75,00 (retirada) e R$ 80,00 (entrega), a unidade. "Se você tiver conectado um botijão no fogão e tiver outro na reserva, não precisa de desespero", avisa Alves. Para alguns revendedores autônomos de botijão de gás, a situação é de total falta do produto. "Estou sem trabalhar há três dias, o cliente liga e não tenho nada para fornecer. Telefonei no depósito e me informaram que acabou e agora só semana que vem. O caminhão fica dois ou três dias em Paulínia para carregar 150 butijões, no máximo 200, que não dá pra nada. Está difícil porque dependo da venda de gás para sobreviver. Minha esposa também não está trabalhando porque machucou o joelho", lamenta Eugênio Alves da Silva. "A última vez que fiquei sem butijão de gás para revenda foi em 2018, quando teve a greve dos caminhoneiros", relembra o revendedor . Capitais De acordo com informações do aplicativo Chama, que conecta revendedores a consumidores em sete capitais do País e suas respectivas regiões metropolitanas, o volume registrado de vendas de botijão de gás subiu para 35%. Segundo levantamento, a média de preços em São Paulo no início de março era de R$ 71 e, agora, o botijão pode ser encontrado por até R$ 81. Em Curitiba, onde a média de preço no início do mês era de R$ 69, o produto alcança R$ 76. Na capital mineira, Belo Horizonte, os valores foram de R$ 71 para R$ 75. De acordo com a Diretora Geral do aplicativo no Brasil, Sheynna Hakim Rossignol, o aumento na procura reflete a mudança de comportamento do consumidor: "A preocupação com o aumento dos casos da doença forçou o isolamento social e, com isso, as pessoas não só deixaram de frequentar restaurantes como também passaram a cozinhar em casa e com mais frequência, o que tem trazido um aumento do consumo de gás de cozinha. Item essencial no domicílio das famílias, o botijão é um gasto que não pode ser cortado do orçamento", analisa a executiva. 

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