Problema com entrega dos Correios continua no Campo Belo

Moradores da região do Campo Belo, em Campinas, reclamam que após dois anos da promessa de começar a fazer entrega de correspondências e encomendas, os Correios ainda não têm atendido alguns bairros daquela região. Entre os locais com queixas estão os bairros Cidade Singer II e Campo Belo II, considerados os mais populosos. A entrega feita por estabelecimentos comerciais continua sendo a saída para muitos moradores. Os Correios, no entanto, informaram que desde o início de 2014 faz regularmente a entrega em quatro bairros do Campo Belo. O Correio apurou que as entregas de cartas, faturas e boletos precisam ser retirados na sede dos Correios, no Centro, pois não chegam até as residências. É o caso do comerciante Reginaldo Cordeiro, de 42 anos, morador do Singer. “Tem semanas que eu preciso ir duas a três vezes para o Centro buscar boletos bancários, senão perco a data do pagamento”, relatou. Para contas de água e luz, o comerciante afirmou que a entrega tem sido regular na maioria dos meses, mas que já sofreu atrasos de até 20 dias. A moradora do Campo Belo II, Ivani Sampaio, de 39 anos, disse que também retira suas correspondências na agência dos Correios, pois em sua residência não chegam cartas. “Recebo água e luz, mas fatura bancária e encomendas preciso retirar na agência”, disse. No final de 2013, o Correio revelou que uma farmácia, cujo proprietário é o vereador Carmo Luiz Gregório da Silva, o Carmo da Farmácia (PSC), recebia anualmente em média R$ 28 mil para fazer um “favor” de receber as correspondências de alguns moradores da região. O papel de empresa estatal continua a ser feito no estabelecimento, mas o vereador informou que depois da denúncia mantém apenas o cadastro daqueles que já estavam com ficha na farmácia. “Não posso parar com a entrega (das correspondências), pois tenho um uma responsabilidade de 17 anos com essa população”, disse Carmo. Mas apesar de alguns moradores entrevistados afirmarem que o local, assim como uma casa de construção próxima à farmácia, ainda cobram uma taxa para manter o serviço de entrega, o vereador garantiu que não é feita qualquer cobrança desde que a reportagem foi publicada. Também não entram novos nomes na lista do estabelecimento, que de acordo com uma funcionária possui 300 cadastros e atende a aproximadamente 1 mil moradores. “No ano retrasado conseguimos acordo com os Correios, e então começaram a fazer a entrega em alguns bairros”, disse Carmo, que disse pretender ir à Brasília pessoalmente reivindicar a entrega para todos os bairros do Campo Belo. Segundo o parlamentar, bairros como Itaguaçu, Cidade Singer II e três ruas do Campo Belo II não recebem correspondências. “Essas denúncias de que estamos cobrando é coisa da oposição”, argumentou.Outro ladoOs Correios informaram nesta quinta-feira (23) que nos bairros Cidade Singer II, Dom Gilberto, Campo Belo II e Puccamp, todos na região do Campo Belo, estão com distribuição domiciliária de correspondência (mensagens, cartas, faturas, contas, boletos) desde janeiro de 2014. “A entrega de correspondências está normal”, garantiu, em nota. Entretanto, os Correios admitiram que com relação às encomendas (pacotes que precisam ser entregues com moto ou carro), a entrega é diferenciada na região do Campo Belo “por se tratar de uma área de risco”. “Por questões de segurança devido ao elevado índice de violência nesta região, a entrega de encomendas é feita com medidas que vão desde prazos diferenciados até entrega interna (neste caso, o destinatário recebe um aviso de chegada com informações para retirada do objeto postal, endereço da unidade dos Correios e o horário em que deve retirar a encomenda)”, informaram. Já com relação às correspondências entregues em estabelecimentos comerciais, os Correios esclarecem que as entregas são efetuadas de acordo com os endereços indicados como destinatários das correspondências.