CAMPANHA SALARIAL

Primeira rodada de negociação dos servidores de Campinas não tem avanço

Em nova reunião no dia 31, Administração deve apresentar contraproposta salarial

Rodrigo Piomonte
24/05/2022 às 09:17.
Atualizado em 24/05/2022 às 09:17
Funcionários municipais se reúnem em assembleia, em frente da Prefeitura, enquanto sindicalistas debatem reivindicações com a Administração (Gustavo Tilio)

Funcionários municipais se reúnem em assembleia, em frente da Prefeitura, enquanto sindicalistas debatem reivindicações com a Administração (Gustavo Tilio)

A primeira rodada de negociações para a campanha salarial deste ano dos servidores públicos municipais de Campinas foi realizada na segunda-feira (23) sem avanços. O Sindicato da categoria apresentou a pauta de reivindicações à Prefeitura, que se comprometeu a avaliá-la e dar um retorno no dia 31 deste mês. Dependendo da contraproposta da Administração Municipal, os servidores não descartam iniciar um estado de greve.

"Não adianta greve por greve, neste momento. O Sindicato quer construir uma campanha que recomponha as perdas salariais do funcionalismo", afirmou o coordenador-geral da entidade, Tadeu Cohen Paranatinga.

Enquanto a reunião de negociação era realizada, cerca de 300 servidores se aglomeraram nas escadarias em frente ao Paço Municipal para pressionar o governo Dário Saadi (Republicanos) a aceitar as reivindicações. A aglomeração começou por volta das 17h e se estendeu até o término da reunião que durou mais de 3h30. 

A principal exigência dos servidores é o reajuste salarial de 25,6%, que, segundo o sindicato, inclui reposição da inflação mais aumento real. Querem também a aplicação do mesmo percentual no vale-alimentação, que passaria de R$ 1.249 para R$ 1.570. 

O servidor aposentado da Educação, José Antônio de Oliveira, 62 anos, disse que a categoria não aceitará um acordo entre Prefeitura e Sindicato distante do que vem sendo reivindicado. “Se não concederem reajuste de 25,6% ou bem próximo dele, não está descartado um estado de greve”, disse.

Segundo ele, há anos, o Sindicato fecha um acordo com a Prefeitura que não é o deseja a grande parte dos servidores. “O Sindicato deveria nos representar, mas faz anos que parece que isso não ocorre”, disse.

O clima de desconfiança marcou a campanha salarial deste ano. Até “assembleias autônomas” ocorreram. 

O servidor Amarildo Augusto, 41 anos, disse que a Prefeitura precisa compreender a necessidade dos servidores que estão sem aumento salarial real há anos. “Sofremos o impacto da pandemia. São dois anos sem reajustes, dois anos em que a gente acumulou uma perda muito grande, que inclusive nos levou a readequar nosso padrão de vida”, disse.

É reivindicada ainda a criação de um plano de subsídios de medicamentos pela Prefeitura para todo o funcionalismo público, até por conta de eventuais sequelas da covid-19. E também a inclusão dos últimos dois anos para efeito de pagamento de benefícios como quinquênio, anuênio e sexta-parte. Isso porque, a contagem de tempo para esses benefícios foi congelada por uma lei federal de 2020.

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