Primeira etapa do Enem começa neste domingo

A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizada amanhã para 5,8 milhões de estudantes brasileiros que almejam ingresso em uma universidade pública e privada do País. Neste primeiro dia, a prova será composta por questões das áreas de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. No domingo seguinte, dia 24 de janeiro, os assuntos abordados serão: ciências da natureza e matemática.

De acordo com Alfredo Terra Neto, orientador educacional do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, o teste, mais uma vez, deverá ser cansativo e desafiador. "Nos últimos anos, o Enem deixou de ser uma prova consideravelmente fácil e passou a ser um exame mais conteudista. É uma prova que exige dos alunos bastante conhecimento e uma boa interpretação de texto, sobretudo dos enunciados", disse ele.

Segundo o orientador, os alunos também precisam ficar atentos com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), uma metodologia que conta com um sistema "antichute", criado para detectar quando um candidato provavelmente não sabe a resposta de uma questão, mas acaba acertando ela por pura sorte. Em resumo, quem erra as questões mais fáceis do exame e acerta as mais difíceis é penalizado, porque o sistema entende que se o aluno não soube as perguntas mais simples, também não deveria saber responder as mais complexas.

Nesse sentindo, a TRI desconfia que o aluno chutou a questão mais difícil e retira parte dos pontos obtidos. Segundo Neto, a melhor estratégia para não se complicar é resolver primeiro as questões mais fáceis e deixar para o final as perguntas mais difíceis. "A recomendação que damos para os nossos alunos é para que foquem nas questões que sabem responder de bate pronto, porque provavelmente será uma de nível fácil. No meio do caminho, se encontrarem uma pergunta que não sabem responder rapidamente, pulem e deixem para o final. Fazendo isso, não se corre o risco de ter que chutar questões fáceis por causa da falta de tempo".

Com relação à redação, o orientador da Oficina do Estudante recomenda que os alunos não ficarem procurando na internet matérias que tragam como conteúdo os possíveis temas que podem aparecer. Segundo ele, a atitude apenas aumenta a ansiedade, o que não é bom. "O aluno tem que executar aquilo que ele treinou ao longo do ano. A redação do Enem normalmente trabalha com questões de cunho social e, por isso, é muito difícil prever qual será a temática escolhida".

Neto comentou ainda que a redação do aluno precisa ser clara, objetiva e sem enrolação. Por isso, em hipótese alguma, deve-se tentar ludibriar a banca corretora, com uma série de palavras rebuscadas. "Tem que fazer o feijão com arroz que é ler a coletânea, entender o que está sendo proposto e ser o mais claro possível na argumentação. Uma coisa que pouca gente fala, mas que também ajuda é tomar cuidado com a escrita, porque ela precisa ser minimamente legível".

Inep adota protocolo para evitar riscos de contágio

Por causa da pandemia do novo coronavírus, uma série de medidas de segurança foram tomadas para diminuir o risco de contaminação durante a prova. O número de estudantes por sala de aula, por exemplo, foi diminuído para garantir o distanciamento entre os participantes, que deverão usar máscaras da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados.

Quem for diagnosticado com Covid-19 ou apresentar sintomas, não deve comparecer, mas sim entrar em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pela Página do Participante, ou pelo telefone 0800-616161, para fazer o exame na data de reaplicação, em 23 e 24 de fevereiro.

De acordo com Neto, o aluno que estiver com receio de fazer o teste por causa da doença tem que levar em conta o aspecto pessoal e fazer um trabalho de autocrítica. "Qual é o peso que o Enem tem em termos de importância para esse aluno? Isso tem que ser elevado em consideração se estiver com receio", disse ele. "Se decidir por fazê-la, a recomendação é manter o distanciamento das demais pessoas e levar o seu próprio álcool em gel e uma boa máscara. Se seguir direitinho as medidas de segurança, a chance de contaminação é bastante baixa", frisou.

Tranquilidade na véspera do exame é palavra-chave

Estudar ou descansar? O que fazer na véspera do Enem? Essa é uma dúvida de muitos candidatos. Na opinião de Alfredo Terra Neto, orientador educacional do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, as duas estratégias podem ser aplicadas perfeitamente, desde que sirvam para trazer tranquilidade ao candidato. "Manter o contato com a natureza, assistir filmes ou jogar um pouco de vídeo game para distrair a mente é excelente. Agora, se o psicológico diz que é preciso estudar, não tem problema também, desde que seja feito com moderação. Uma revisão leve e rápida dos conteúdos para alguns alunos ajuda a fixar conceitos e garantir maior segurança emocional", destacou.

Neto explica, no entanto, que uma coisa que o aluno precisa se atentar é para a alimentação e para uma boa noite de sono. "Procurar dormir cedo, com uma carga mínima de sete horas de sono seguidas, é essencial para fazer o Enem com as energias renovadas. Nesse sentido, uma dica é afastar-se dos celulares e das redes sociais duas horas antes do horário que deseja dormir", comentou. Com relação a alimentação, o orientador pede para que o aluno mantenha uma dieta equilibrada, ingerindo comidas e bebidas que já está acostumado a comer normalmente, mas sem exageros. "Qualquer alteração significativa pode ser drástica", frisou.