CASTIGO

Presos do CDP ficam sem visitas e banho de sol até o fim do mês

Medida foi tomada pela Secretaria de Segurança Pública (SAP) depois que agente penitenciário da unidade foi morto a tiros em um atentado na Rodovia Anhanguera

Alenita Ramirez
22/07/2015 às 15:58.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:14
Cerca de 1,6 mil presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, que faz parte do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, (  Cedoc/RAC)

Cerca de 1,6 mil presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, que faz parte do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, ( Cedoc/RAC)

Os cerca de 1,6 mil presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, que faz parte do complexo penitenciário Campinas/Hortolândia, vão ficar até o final deste mês sem banho de sol e sem receber visitas. Eles estão de castigo e trancados em suas celas. A medida foi tomada pela Secretaria de Segurança Pública (SAP), no último dia 17, depois do atentado que matou um  agente penitenciário na alça de acesso da Rodovia Anhanguera para a Dom Pedro I. Na semana anterior, outro agente foi baleado quando chegava em casa, no Jardim Adelaide. Segundo informações da SAP, a ordem da execução partiu de dentro da cadeia. A determinação é por medida de segurança e para que a SAP investigue a razão que levou a ordem de dentro para fora do presídio para matar agentes penitenciários. Na época, os funcionários alegaram que tinham recebido denúncias de que dois presos da unidade tinham ordenado a matança. Os dois foram encaminhados para o presídio de Avaré. "Foi informado para os agentes que eram os dois presos, mas não se tem a certeza de que são realmente eles e foi por isso que a SAP determinou que seja investigado", comentou o diretor Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo(Sindasp), Carlos Rufino.As visitas para as outras cinco unidades do complexo também estão suspensas por conta da greve, mas, amanhã dia 24, os sindicalistas devem decidir se continuarão ou não com a suspensão. Ontem, não houve entrega do jumbo - a entrega de sacolas com lanches e objetos pessoal - por parte de familiares. Apenas os serviços essenciais seguem liberados. "Até agora ninguém do Governo nos chamou para negociar. Acreditamos que o Governo está pensando que essa greve vai acabar logo, mas avisamos que não" , disse Rufino.A greve é pacífica e até a noite da terça-feira já atingia 106 das 164 unidades no Estado de São Paulo. Os grevistas querem que o Estado cumpra acordo feito no ano passado para não demitir e nem punir grevistas. Ao menos 32 agentes dos CDPs de Franca e Jundiaí, além da penitenciária de Iperó, estão listados para serem exonerados. Eles também pedem segurança e uso de armas pelos agentes.Na reportagem publicada na edição de terça-feira (21) do Correio Popular, mostrou que em razão da greve, a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial (DP) de Campinas já está com superlotação e os funcionários temem uma rebelião. O espaço tem capacidade para 48 presos e está com quase 80. Em média, são levados para o CDP de Campinas, cerca de 25 presos, por dia. Em nota, a SAP apenas confirmou o castigo por 15 dias.

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