QUADRILHA

Preso suspeito de chefiar tráfico de lança-perfume

Campinas era o centro de distribuição da droga

Thaís Nucci
20/02/2013 às 23:10.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:54
Veículos e o caminhão que transportava o lança-perfume: quadrilha buscava a droga no Paraná e guardava em um lava-jato em Campinas (Divulgação)

Veículos e o caminhão que transportava o lança-perfume: quadrilha buscava a droga no Paraná e guardava em um lava-jato em Campinas (Divulgação)

O morador de Campinas Daniel Malaquias, de 30 anos, foi preso nesta quarta-feira (20) de madrugada, em Foz do Iguaçu (PR), pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF), suspeito de chefiar um esquema de tráfico de lança-perfume. Malaquias foi detido com outras três pessoas durante a Operação Nostalgia 2. Segundo a polícia, o grupo buscava as drogas em Foz do Iguaçu, guardava em uma base em Campinas e depois fazia a distribuição para outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

De acordo com o delegado da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) do Distrito Federal, Luiz Alexandre Gratão, Campinas funcionava como uma “central de distribuição” do lança-perfume. Os motivos são a localização estratégica, pela proximidade com São Paulo e pela interligação de rodovias, e pelo fato de o líder do grupo ser da cidade. “Nas investigações, o próprio Malaquias falava que em Campinas ele ‘se sentia em casa’”, comentou o delegado. A droga — cuja origem não foi informada, mas especula-se que possa vir da Argentina, onde a comercialização é liberada — era escondida em um lava-jato localizado próximo à Avenida Martinho Lutero, no Jardim São Cristóvão, na região do Ouro Verde.

Os demais presos são Gessi do Amaral, também chamada de Tânia, de 42 anos; Joaquim dos Santos Rocha Monteiro, o Mano, 30 anos; e Leandro Leite Santana, 26 anos. Segundo a polícia, Gessi era a amante de Malaquias, morava em Foz e era a responsável por organizar os carregamentos na cidade paranaense. Rocha era o encarregado de agenciar os caminhoneiros para transportar a droga até Campinas e Santana dirigia o caminhão na hora do flagrante. “Eram quatro os caminhoneiros envolvidos no esquema e esse era o ‘motorista da vez’”, explicou Gratão.

Nostalgia

A ação de contou com o apoio da Polícia Federal do Paraná. Foram apreendidos quase 5 mil tubos de lança-perfume. Também foram apreendidos quatro armas de fogo, R$ 10 mil e seis veículos, sendo um caminhão. Ainda de acordo com o delegado, Malaquias fazia viagens quinzenais até Foz do Iguaçu e estima-se que o lucro com o negócio era de R$ 100 mil a cada viagem. A droga era transportada em caminhões em meio a cargas como alimentos e produtos de escritório.

Na casa de Malaquias, em Campinas, a polícia ainda encontrou uma pistola 9mm. A mulher dele, segundo o delegado, fazia algumas das transações financeiras para o marido. Ela não foi presa, mas há ainda a possibilidade de ser indiciada no mesmo esquema.

A Operação Nostalgia 2 é um desdobramento de uma operação deflagrada em outubro do ano passado, quando foram apreendidos, no Distrito Federal, 4 mil tubos de lança-perfume e 5 mil comprimidos de ecstasy. “A partir daí, começamos as investigações para descobrir quem eram os fornecedores e chegamos às pessoas em Campinas e Foz”, conta Gratão. Segundo o delegado, os suspeitos devem responder à Justiça por tráfico de drogas e associação para o tráfico. As penas, somadas, podem chegar a 25 anos de prisão.

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