Reportagem do Correio Popular revelou que diversos templos não tinham mecanismos de segurança
A Prefeitura de Campinas vai iniciar uma “fiscalização consciente” nas igrejas de Campinas assim que terminar o pente-fino que é feito em casas noturnas e bares da cidade onde são avaliados os quesitos de segurança.
Segundo o diretor do Departamento de Controle Urbano da Prefeitura, Moacir Menegaldo Martins, não há previsão para que isso ocorra, mas afirmou que será uma “nova etapa de trabalho”.
“Já estamos conversando e orientando alguns locais. Eles serão vistoriados, mas receberão uma fiscalização mais educativa”, disse Martins durante depoimento à Comissão Especial de Estudos (CEE), da Câmara, que avalia as condições de segurança dos espaços públicos de Campinas, na última segunda-feira (18).
A situação precária das igrejas foi revelada pelo Correio em reportagem publicada na semana passada, quando foi citado que diversos templos visitados, principalmente na periferia da cidade, não tinham nenhum instrumento de segurança — como extintores, saídas de emergência ou até mesmo alvará de funcionamento.
A Prefeitura afirma que possui 320 pedidos para expedição de documento para uso do espaço. Mas somente um levantamento feito pela reportagem em duas instituições religiosas apontou que o número de templos supera essa quantia. A Prefeitura também não sabe estimar quantos espaços estão em situação irregular.
Martins também afirmou que a Administração está se dedicando a elaborar uma nova legislação para a emissão dos alvarás. Além disso, disse que a maior parte das casas vistoriadas se colocou à disposição para adequação. “Isso reforça ainda mais que precisamos trabalhar com uma política de prevenção para minimizar os casos irregulares.”
Os trabalhos de fiscalização em casas noturnas e bares de Campinas começaram após a tragédia na boate Kiss em Santa Maria (RS), no final de janeiro, quando um incêndio matou 241 jovens. Mais de 90 casas noturnas foram vistoriadas pela Prefeitura até agora.