Ao fundo, a lixeira de plástico azul, também conhecida como ‘papeleira’, modelo que será gradualmente retirado do Centro; as danificadas são recolhidas e encaminhadas para serem recicladas, de acordo com a Administração (Alessandro Torres)
A Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Campinas está substituindo as lixeiras de plástico, também chamadas de papeleiras, por recipientes de concreto. Até o momento, foram trocadas aproximadamente 30 unidades. A meta é chegar a 100 apenas na região central da cidade, segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura. O principal objetivo é evitar o vandalismo, “frequente nas lixeiras de plástico, que ficam inutilizadas com frequência e precisam ser repostas”.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, disse que a lixeira de concreto é muito mais durável e resistente do que as de plástico. Por mês, de acordo com o titular da Pasta, são depredadas cerca de 150 papeleiras de plástico. Cada uma delas custa em torno de R$ 150,00. A expectativa é que, com as novas unidades de concreto, diminuam os casos de vandalismo, uma prática criminosa, nas lixeiras. Cada uma das novas unidades, de concreto, custa cerca de R$ 600, quatro vezes mais em relação às de plásticos, totalizando R$ 60 mil somente considerando as primeiras 100 substituições previstas.
“Por enquanto vamos instalar as novas lixeiras de concreto na região central e avaliar o funcionamento”, disse Paulella. De acordo com a Secretaria, Campinas conta hoje com cinco mil lixeiras (papeleiras). Não foi informado quando a substituição deve se estender aos demais bairros da cidade.
Já foram instaladas lixeiras de concreto no Largo do Rosário, na Praça Carlos Gomes, na Rua 13 de Maio, na Avenida Francisco Glicério, no Largo do Pará, no Largo das Andorinhas, na Praça Bento Quirino e na Praça Antônio Pompeu de Camargo, todos os locais no Centro. As lixeiras de plástico danificadas são recolhidas e depois encaminhadas para a reciclagem.
VANDALISMO
Como gestora de boa parte dos equipamentos abertos, de uso ao ar livre e nas ruas, como parques, praças, iluminação, academias, parquinhos, árvores, bocas de lobo, entre tantos outros, a Secretaria estimou que os gastos para reparar os danos por vandalismo chegam a R$ 1 milhão por ano, incluindo a compra de materiais e de horas de trabalho.
Os itens mais vandalizados, incluindo pichação, quebra, ateamento de fogo, entre outros, sob gestão da Secretaria de Serviços Públicos, são monumentos, lixeiras e contêineres de coleta mecanizada e de recicláveis, placas informativas nos parques, equipamentos de parque infantil e de academia ao ar livre, peças de banheiros públicos, como torneiras, pias e vasos sanitários, árvores e mudas, grades de boca de lobo e tampas de poço de inspeção.
Em 2023, Campinas registrou uma onda de vandalismo, principalmente no mês de setembro, com mais de 16 atos registrados no início do mês contra imóveis, equipamentos de lazer e esportes, terminais de ônibus, sanitários públicos e até mudas de árvores. “Quando um bem é depredado, a população perde porque não usufrui dos serviços, e a Administração Pública, porque gasta mais para repor o que foi danificado. Importante lembrar que vandalismo é crime, conforme artigo 163 do Código Penal brasileiro", se manifestou a Prefeitura em nota divulgada na época.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que o valor gasto na compra de materiais e de horas de trabalho para recuperar os bens danificados poderiam ser aplicados em outros projeto da cidade. “Com esse recurso, poderíamos fazer outras obras ou implementar projetos importantes para a cidade", destacou o secretário no ano passado.
Ele exemplificou as melhorias que poderiam ser executadas, como a construção de dois campos de futebol com alambrado e iluminação, ou mesmo a construção de um parque ecológico de 100 mil metros quadrados equipado. Com o montante, também seria possível fazer a urbanização de três praças de médio porte (média de R$ 300 mil cada) ou até o recapeamento de 5 km de vias públicas.