REGIÃO CENTRAL

Prefeitura retoma plano de reforma da Francisco Glicério

Secretários já discutem as melhorias necessárias para a avenida

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
10/10/2013 às 08:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 00:48

Acusado foi detido na Francisco Glicério, mas foi solto porque a mãe foi embora sem registrar ocorrência (Cedoc/RAC)

A requalificação da Avenida Francisco Glicério voltou à pauta das intervenções urbanísticas necessárias para trazer nova vida ao Centro de Campinas. Projeto que fez parte das intenções das quatro últimas administrações municipais, a revitalização da via retorna à discussão, alavancada pela necessidade de melhorar a mobilidade urbana e a acessibilidade. Serão intervenções para desobstrução de calçadas tomadas por bancas, mudança do calçamento, instalação de sinalização sonora nos cruzamentos e repaginação visual.“Queremos tornar a Glicério a Avenida Paulista de Campinas”, disse o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho. Como será preciso mexer no calçamento para melhorar a acessibilidade, a Prefeitura quer aproveitar e fazer uma mudança geral, que incluirá o aterramento de toda a fiação, a instalação de iluminação LED, incentivo à recuperação das fachadas dos imóveis e a despoluição visual. Rosillho acredita que a Glicério poderá se tornar o símbolo da revitalização do Centro, com um projeto de melhoria da mobilidade urbana, da acessibilidade e a ocupação ordenada para atrair mais gente ao comércio.O prefeito Jonas Donizette (PSB) fez duas reuniões com o secretariado — a última delas na segunda-feira — para levantar as intervenções necessárias. O próximo passo será fazer o projeto urbanístico, para ter uma avaliação do investimento para mudar a Glicério no trecho entre a Rua Marechal Deodoro e a Avenida Aquidabã. Para implantar a fiação subterrânea, a Administração tentará parceria com a CPFL Energia. Rossilho disse que vai procurar a empresa de energia na próxima semana, para iniciar negociação a respeito.Para o presidente do Instituto de Arquitetos dos Brasil em Campinas, Alan Cury, a qualificação do Centro Histórico é necessária, mas a revitalização da avenida deveria ocorrer dentro um projeto de qualificação regional e não pontual. “O Centro Histórico de Campinas merece uma Operação Urbana Consorciada, instrumento previsto no Estatuto da Cidade”, disse. Essa operação, informou, é coordenada pelo Poder Público Municipal com a participação dos moradores, proprietários, usuários permanentes e investidores privados, e viabiliza transformações urbanísticas estruturais.Cury lembrou que há experiencias bem-sucedidas no Brasil, como a Operação Faria Lima, em São Paulo, e a Operação Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. No primeiro caso, a Prefeitura autorizou a construir a mais do que previa a legislação de uso do solo da região da Avenida Faria Lima. Esse “a mais”, uma espécie de solo criado para obras em outras áreas da cidade, foi vendido à empreendedores e os recursos utilizados na área da Avenida Faria Lima. Para vender, a Prefeitura emitiu os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Os recursos permitiram o prolongamento da avenida e intervenções na região.Já a Operação Porto Maravilha, também com recursos oriundos da venda de Cpacs, é um programa de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, hoje degradada por falta de incentivo às indústrias desde os anos 60. A operação urbana, em curso, abrangerá uma área de 5 milhões de metros quadrados e estará transformada, segundo a previsão do projeto, até 2016. A remodelação da Avenida Francisco Glicério, na avaliação da presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Adriana Flosi, só dará certo se houver uma lei definindo as obrigações, prazos e as multas, como ocorreu no projeto de remodelação da Rua 13 de Maio. Sem isso, disse, a adesão do comércio fica comprometida como ocorreu na remodelação das calçadas na Avenida Campos Salles que, sem a participação dos comerciantes, ficou pela metade. Para Adriana, apesar de todos os problemas que ocorreram, a 13 de Maio é um exemplo e teve a adesão total do comércio porque cada uma sabia o que teria que fazer, o custo e o prazo para implantar — os comerciantes arcaram com os custos de levar a energia elétrica para os imóveis e com a reformulação da publicidade. Ali as obras incluíram remodelação de toda fiação da rua com o objetivo de sumir com o emaranhado de fios que cruzava o espaço aéreo, a construção de novas galerias de água e escoamento de esgoto, pondo fim à situação anterior, que contava com ligações clandestinas de esgoto. O projeto também incluiu a execução completa de uma nova pavimentação da rua. O famoso calçadão ganhou projeto de qualificação urbanística, incluindo sinalização para veículos e pedestres, bancos, floreiras, telefones, entre outros. Na Glicério, Adriana prevê alguns problemas no período de obras como, por exemplo, onde ficarão as bancas. São cerca de 40 ao longo da avenida. “Quando fizemos as obras na 13 de Maio, as bancas foram para a Glicério. Aí, um vendedor de bexiga que tinha uma banquinha de um metro por um metro, instalou uma barraca imensa de alimentos na Glicério e está lá até hoje. Não queremos que a 13 de Maio sofra para a Glicério melhorar.”  

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