Via fica nos fundos de antigo lixão no Satélite Íris; na tarde de ontem, um trator trabalhava no local
A Prefeitura de Campinas iniciou a reparação de uma rua de terra que fica nos fundos de um antigo lixão público no Satélite Íris 1, próximo à Pirelli, fechado há anos e com sérios problemas de contaminação do solo. A rua, que possui cerca de um quilômetro de extensão, também não respeita a Área de Preservação Permanente (APP) às margens do córrego, que é um afluente do Rio Capivari. De acordo com informações da Secretaria de Serviços Públicos, a Prefeitura está realizando apenas reparos na rua porque muitos moradores usam o trajeto para chegar até suas casas. Na tarde de ontem, um trator trabalhava no local.
Apesar da informação oficial da Administração, moradores têm a expectativa de que a estrada seja ampliada e permita o acesso até os bairros próximos. Para isso, seria necessária a construção de uma ponte. A Prefeitura nega e informa que há somente reparos no local. De acordo com a Administração, seria incoerente construir uma rua nova, uma vez que todo o entorno do antigo lixão ainda está sob investigação ambiental. Em toda a extensão da rua há casas em situações precárias e originárias de ocupações irregulares.
O diretor do Departamento de Limpeza Urbana (DLU), Alexandre Gonçalves, diz que apesar do antigo lixão estar desativado e cercado, há uma análise permanente do local e orientação para que as famílias que vivem nas proximidades não consumam água de poços artesianos. “O pessoal do entorno não pode utilizar água de área subterrânea. Fazemos um acompanhamento por garantia e prevenção, mas, neste momento, eles não estão suscetíveis aos riscos”, disse. Ele não considera que os reparos que estão sendo feitos aumentem ou piorem os danos ambientais.
A área, conhecida como antigo lixão da Pirelli, começou a ser usada em 1972 e foi desativada em 1984, funcionando durante 12 anos. Por ter todo o solo contaminado — uma área total de 250 mil m² — a Prefeitura está buscando recursos para a recuperação do local.
Gonçalves afirma que a previsão para que o espaço finalmente receba intervenções é até outubro do ano que vem. Uma licitação está sendo realizada para que haja a revitalização. A primeira parte do processo de recuperação do espaço será a reabilitação da área. Segundo Gonçalves, há uma espécie de “fonte de resíduos industriais” que contribui com a contaminação do lençol freático e que será removida. Depois disso, a área será impermeabilizada para não receber água da chuva. A proposta é que o local seja reaproveitado e usado como uma espécie de viveiro de mudas ou para a realização de compostagem.