Campinas estuda abrigar projetos educacionais no Convivência para poder usar recursos no prédio interditado
Fechado desde 2011, o Centro de Convivência Cultural de Campinas poderá abrigar projetos educacionais para que verbas orçamentárias da Secretaria de Educação possam ser utilizadas na recuperação do prédio. A alternativa está em estudo na Prefeitura.
Segundo laudo da Defesa Civil, há risco de incêndio, que pode ser causado por curto-circuito devido às infiltrações. O ambiente foi considerado insalubre e sem garantia de estabilidade e segurança, de acordo com o relatório.
Para que o teatro possa ser recuperado, o ex-prefeito Pedro Serafim (PDT) estimava a necessidade de obter verbas de R$ 50 milhões e chegou a alinhavar uma proposta de parceria público-privada para recuperar o edifício.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) não quer usar a PPP para o teatro, e quer discutir com a comunidade artística e entidades o encaminhamento a ser dado. Ele pediu um estudo jurídico sobre a possibilidade de utilizar verbas da Educação para isso — a preocupação é que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) entenda que os recursos para a reforma do teatro não devem sair da Educação, que legalmente recebe 25% do orçamento.
“Estamos avaliando várias possibilidades e vamos discutir a solução com a cidade”, disse Jonas.
O Teatro de Arena também tem problemas. O espaço ficou fechado por seis anos e foi reaberto no final de 2011.
O espaço havia sido fechado para o público em 2005 após se transformar em palco de conflito entre gangues de pichadores.
O local não passou por reforma, não recebeu pintura ou teve qualquer tipo de intervenção antes de ser entregue à população.
As precariedades daquele espaço são muitas. Há fios expostos, ligações de energia clandestinas, goteiras, muita umidade no chão e nas paredes, devido a infiltração no local, e até esgoto a céu aberto. Do lado de fora, os problemas também são visíveis.
Os pilares localizados próximos à entrada onde funcionava o setor administrativo da Orquestra Sinfônica possuem rachaduras e o chão já cedeu.
As arquibancadas do Arena encontram-se em mau estado de conservação e os primeiros degraus que dão acesso ao teatro apresentam início de erosão, o que permite que a água da chuva escoe para o teatro, contribuindo com a infiltração.
No Centro de Convivência, a maior parte das plantas tem cupins que, inclusive, já migraram para o interior do prédio. Funcionários do teatro disseram que o urdimento do palco e o palco estão infestados pelos insetos. Além das árvores, imóveis também estão sendo atingidos.
“É uma infestação silenciosa, uma praga invisível que ataca o cerne das árvores vivas, deixando-as sem sustentação. Elas ficam ocas e acabam funcionando como alavanca. Qualquer vento enverga a planta e a derruba”, informou o entomólogo Milton Villas Boas.