Prefeitura propõe mudar local de entrega de cestas

A Prefeitura de Campinas pretende encerrar as entregas de cestas básicas que ocorrem em frente ao kartódromo da Lagoa do Taquaral, transferindo a distribuição para outro ponto do bairro. O objetivo é atender pessoas vulneráveis sem criar aglomerações e com apoio da Guarda Municipal e da Secretaria de Assistência Social e Segurança Alimentar. O grupo de voluntários, formado por frequentadores da Lagoa do Taquaral, entregou aproximadamente 2,5 mil cestas básicas, no sábado e na terça-feira passada, para pessoas que perderam o emprego durante a pandemia. As ações geraram grandes filas no entorno do kartódromo. Além de mudar o local de entrega, a Prefeitura pretende encaminhar parte das cestas básicas para outros pontos da cidade — via Banco de Alimentos da Ceasa — para evitar grandes deslocamentos das pessoas. Assim, os alimentos serão entregues em pontos de distribuição mais próximos das famílias vulneráveis. A notícia foi dada ontem pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) na live transmitida por meio de rede social. Segundo Jonas, um primeiro contato já foi realizado com o grupo de voluntários, que se formou espontaneamente envolvendo frequentadores da Lagoa do Taquaral. “São voluntários que não integram ONGs, igrejas ou entidades assistenciais. Eles ficaram de fazer uma reunião do grupo para ver como proceder”, afirmou. Jonas disse que a ação no Taquaral é louvável e que não pretende acabar com a prática. “Toda ajuda à população que está em situação complicada é bem-vinda. Porém, a Lagoa do Taquaral não é o local adequado para fazer este tipo de ação”, afirmou o prefeito. Eliane Jocelaine Pereira, secretaria municipal de Assistência Social e Segurança Alimentar, disse que o objetivo é auxiliar nesta entrega de alimentos e fazer a distribuição da forma mais facilitada possível para as pessoas vulneráveis. Segundo Jocelaine, Campinas já conta com 198 pontos de distribuição em vários bairros e que estes pontos podem auxiliar na entrega de cestas básicas. A secretária até citou como exemplo duas pessoas que foram entrevistadas pelo Correio Popular em reportagem publicada na edição de ontem. “Na reportagem duas jovens com seis crianças tinham ido buscar duas cestas na Lagoa do Taquaral, ficaram três horas na fila e tinham vindo da Gleba B. Imagina a situação delas com as cestas e as crianças, atravessando a cidade em ônibus do transporte coletivo”, afirmou Jocelaine. Para evitar deslocamentos e situações como essa, Jocelaine disse que pretende combinar com o grupo de voluntários uma outra forma de distribuição. “O objetivo é ajudar e evitar desconforto. A Prefeitura está se colocando se a disposição para fazer uma entrega territorializada e facilitar a vida destas pessoas”, disse. “É importante continuar com a ação em um local que evite aglomerações e seja mais próximo das pessoas. Assim, estas pessoas não precisam atravessar a cidade para receber os alimentos. Temos que pensar na dignidade das pessoas”, afirmou. Voluntários André Roberto Freitas, um dos organizadores da ação de voluntários, disse ontem que não tinha ainda recebido um contato da Prefeitura e que a distribuição de cestas básicas prevista para o próximo sábado está mantida. “Quando chegar a alguma proposta de ajuda o grupo deverá se reunir e decidir o que for melhor para todos”, disse. Freitas destacou que a entrega de alimentos que está sendo feita com cadastro e dentro das normas de higiene e proteção contra a Covid-19. Segundo ele, a ação surgiu em função do desemprego provocado pela pandemia. “Muita gente deixou de receber sua renda. O grupo não vai parar de ajudar, afinal, não são apenas as pessoas de baixa renda que estão precisando, mas há um novo grupo de pessoas sem emprego e que não consta das listas de famílias carentes da Prefeitura”, disse.