Prefeitura pleiteia gestão do AME

A Rede Mário Gatti vai propor a municipalização da gestão do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), unidade que está sendo construída pelo governo do Estado de São Paulo em Campinas, no bairro São Bernardo, ao lado do Hospital Mário Gatti. Com investimentos de R$ 40 milhões e previsão de entrada em funcionamento em 2019, será o maior AME do Estado. A proposta visa agregar o ambulatório clínico e cirúrgico com 8 mil metros quadrados de construção à autarquia, que já integra os serviços municipais de urgência, emergência e hospitalar. O presidente da Rede, Marcos Pimenta, e o secretário de Saúde, Carmino de Souza, apresentarão a proposta, na próxima sexta-feira, ao secretário de Estado da Saúde, Marco Antônio Zago, para que a autarquia seja selecionada pelo Estado para assumir a administração do AME Campinas. A municipalização da gestão, segundo o presidente da Rede, vai possibilitar a melhoria na qualidade do atendimento hospitalar e pré-hospitalar, em especial nos serviços de hospital-dia e atendimentos ambulatoriais de especialidades médicas. Pimenta afirma que com a gestão do ambulatório, os ganhos para o atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) serão grandes. Os ambulatórios de especialidades, que atualmente são um dos gargalos no atendimento do Hospital Mário Gatti, serão transferidos para o AME juntamente com todas as cirurgias de pequeno porte, nas quais o paciente é liberado no mesmo dia. “Com isso, ampliaremos o atendimento ambulatorial, liberaríamos o Centro Cirúrgico do Mário Gatti para atender procedimentos mais complexos e desafogaríamos leitos”, afirmou. O AME terá característica regional, o que não é entrave para a municipalização, segundo Pimenta. “O Mário Gatti já faz atendimento regional, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José também”, completou.A municipalização da gestão do AME, informou, não traria mais custos ao Município porque quando o Estado implanta esse tipo de ambulatório, já prevê em orçamento verbas para a construção, equipamentos e custeio. Geralmente, depois de pronto, transfere a gestão para uma Organização Social (OS) ou uma universidade. “Estamos pleiteando que a Rede Mário Gatti seja selecionada para fazer a gestão”, afirmou. A Rede integra atualmente os equipamentos de urgência, emergência hospitalares municipais: são dois hospitais terciários de grande porte, Mário Gatti e Ouro Verde, as unidades de pronto atendimento (UPAs) Anchieta, São José e Campo Grande e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). O novo ambulatório oferecerá 30 especialidades e subespecialidades clínicas e cirúrgicas terá salas de cirurgias, seis leitos cirúrgicos e 24 de observação e capacidade para atender uma área de abrangência de 257 mil pessoas. Também contará com equipamentos para exames de tomografias, endoscopias, entre outros. Terá ainda um laboratório de doenças crônicas. Do total investido, 70% são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 30% de recursos do tesouro do Estado de SP. Ele será entregue totalmente equipado e seu custeio será coberto pelo Estado. Atualmente as unidades da Rede Mário Gatti realizam mensalmente cerca de 2 mil internações, 1.300 cirurgias, 60 mil consultas de pronto socorro e 15 mil consultas ambulatoriais de especialidades médicas. Elas tem gestão unificada, com compartilhamento de recursos humanos, equipamentos, serviços e insumos. Os dois hospitais coordenados pela Rede são os únicos, segundo Pimenta, que realizam todos os atendimentos sem restrições.