HORTOLÂNDIA

Prefeitura pede retirada de animais de área contaminada

Despejo coloca em xeque abrigo da ONG Cão Feliz, onde vivem 76 cachorros desde setembro do ano passado

Jaqueline Harumi
19/04/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 16:08
Notícia de despejo, comunicada na última quarta-feira (15), preocupa a protetora Márcia Campos (Jaqueline Harumi/ AAN )

Notícia de despejo, comunicada na última quarta-feira (15), preocupa a protetora Márcia Campos (Jaqueline Harumi/ AAN )

O risco de contaminação de animais em uma área do Taquara Branca, em Hortolândia, põe em xeque um abrigo da ONG Cão Feliz onde vivem 76 cães desde setembro do ano passado. Segundo Márcia Campos, fundadora e responsável pelo projeto que atende cerca de 1200 cães e gatos da cidade e de Monte Mor, a presença dos animais no local foi autorizada pela Prefeitura em setembro do ano passado.A notícia de despejo, comunicada na última quarta-feira (15), preocupa a protetora, que mantém provisoriamente outros 68 animais acolhidos na sede da instituição porque outro abrigo que era locado foi vendido em meados de março. Márcia deve fazer a mudança dos animais da sede ainda sábado (18) para um novo abrigo em Monte Mor, mas teme pelos demais do Taquara Branca, porque não tem condições de remanejá-los para outros 66 núcleos onde protetoras já abrigam cães e gatos nem de conseguir facilmente um novo espaço. "O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) começou a ir atrás de todos os protetores, fazendo relatórios de denúncia, e todos começaram a ligar preocupados", contou.A fundadora da ONG ressaltou que o problema por coincidência ou não apareceu menos de um mês depois de os protetores se manifestarem em frente à Prefeitura pedindo parceria para castração, que aconteceu no último dia 22. "Gostaríamos de liberação de espaços públicos e alvará de funcionamento. Sugerimos o último fim de semana do mês e os interessados devem apresentar comprovante de residência", explicou.Além do susto do despejo, outra preocupação foram as visitas do CCZ aos protetores que aconteceram na manhã de quinta-feira (16), inclusive com relatório de denúncia, ressaltando que não poderiam manter mais de cinco cachorros nestes locais de acordo com lei municipal.A Secretaria Municipal de Saúde informou por meio de nota que a remoção dos cães da área é uma questão de saúde pública, já que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência estadual responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, identificou que o local está contaminado. Ainda segundo a pasta, a área passou por inspeção da Cetesb com uma equipe do Departamento de Saúde Coletiva na quarta-feira (15), quando a representante da ONG foi contatada a fim de ser estudada a melhor maneira de resolver a situação. A Prefeitura afirmou ainda que a direção do CCZ participou na sexta-feira (17) de uma reunião solicitada pela Cão Feliz para tratar assuntos relacionados às demandas da entidade, inclusive a castração de animais, e ressaltou que todas as medidas adotadas pela Administração estarão de acordo com o Conselho Municipal de Proteção aos Animais, que foi criado por legislação municipal no último mês. Quando às visitas do CCZ mencionadas pela responsável da ONG, o órgão afirmou que apenas visitou a sede devido à denúncia e orientou Márcia dentro da lei municipal que prevê o limite de cinco animais em imóvel localizado em área residencial.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por