PROMESSA DE CAMPANHA

Prefeitura inicia preparativos para instalar Mário Gattinho

Antigo Metropolitano é desocupado para a implantação do hospital pediátrico

Ronnie Romanini
14/04/2022 às 10:28.
Atualizado em 14/04/2022 às 10:28
Daniele e sua filha foram surpreendidas nesta quarta-feira com o fechamento do antigo Metropolitano para adequações (Kamá Ribeiro)

Daniele e sua filha foram surpreendidas nesta quarta-feira com o fechamento do antigo Metropolitano para adequações (Kamá Ribeiro)

Uma das principais promessas de campanha do prefeito Dário Saadi, a criação do hospital Mário Gattinho avançou um passo rumo à concretização, após 15 meses desde o início de seu governo. Ontem, o Hospital Mário Gatti-Amoreiras (antigo Metropolitano) começou a ser desocupado para que as obras de implantação da unidade pediátrica sejam iniciadas. A unidade possuía 15 leitos de UTI e 25 de enfermaria destinados ao enfrentamento da covid-19. Os últimos dois pacientes que estavam internados foram transferidos para leitos de enfermaria no Hospital Mário Gatti e Ouro Verde e o atendimento do gripário passou a funcionar em uma área exclusiva do pronto-socorro adulto do Mário Gatti.

A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar ainda não divulgou o calendário para a transformação da unidade no Mário Gattinho. Esse cronograma e demais detalhes, como a previsão de início de funcionamento, serão anunciados pelo prefeito em breve.

O futuro hospital pediátrico vai acolher a enfermaria e a UTI pediátricas que atualmente estão instaladas no Mário Gatti. Assim que houver a transferência, será possível ampliar o pronto-socorro e a enfermaria para adultos no hospital. A decisão por iniciar a desocupação do antigo Metropolitano foi tomada após a redução observada na necessidade de internações de pessoas com Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). Em um dos momentos mais críticos da pandemia, a unidade atendeu 400 pacientes sintomáticos respiratórios por dia. Neste mês de abril a média foi de 76.
Ontem, em frente ao Mário Gatti-Amoreiras, estava Daniele Santana, de 32 anos, buscando atendimento para a filha que tem 10. Moradora de Sumaré, ela recebeu a recomendação de ir ao hospital de uma colega e, ao chegar no local, se decepcionou ao saber que os atendimentos não estavam mais sendo realizados. Entretanto, ela gostou de saber que em breve haverá um hospital exclusivamente pediátrico.

"É a primeira vez que venho e encontrei tudo fechado, sem ninguém. Tem apenas um aviso na porta de que está fechado para reforma. Acho que seria ideal (um hospital pediátrico), até para diminuir a demora. As crianças não têm paciência para esperar, nós temos, mas eles não entendem, querem ir embora e temos que explicar que não estamos ali porque queremos, mas porque precisamos de atendimento".

No mês passado, o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, detalhou os números de atendimento, semelhantes aos atuais, e disse que os casos respiratórios estavam com um índice baixo de covid-19. "Isso nos permite falar que a situação ficou muito mais confortável e está voltando a uma normalidade".
Na época, o prefeito de Campinas elogiou o serviço prestado pela unidade no enfrentamento à pandemia. "O hospital está prestando um serviço fantástico e tirou do Mário Gatti o atendimento da covid. Também colocou à disposição leitos de retaguarda, de enfermaria, de UTI no pior momento da pandemia. Agora, a desativação dos leitos possibilita a discussão de um cronograma de transferência dos pacientes que são atendidos por covid-19 e a adequação, não construção, mas uma reforma para atendimento de pediatria onde será instalado o Mário Gattinho."

Hospital Mário Gatti

Em outro anúncio realizado ontem, o Hospital Mário Gatti ampliou em uma hora o tempo de visita a crianças hospitalizadas na UTI. Desde ontem, os pacientes internados em leitos pares podem ser visitados das 9h às 12h, enquanto a visita para quem está nos leitos ímpares acontece das 15h às 18h. A ideia é que as famílias fiquem mais tempo junto às crianças, já que na UTI não é permitida a presença de acompanhantes. 

A orientação do hospital é que apenas uma pessoa da família faça a visita durante o período de internação, sem revezamento. O hospital também informou que na enfermaria pediátrica não é autorizada a visita presencial, uma vez que as crianças são acompanhadas por um membro da família durante a internação, também sem revezamento, porém, os horários de visita foram mantidos nas demais áreas do hospital.

Ocupação UTI Infantil

O número de crianças hospitalizadas nas UTIs e enfermarias da cidade tem preocupado as autoridades sanitárias diante do início do período em que há mais doenças respiratórias. A Prefeitura atualiza diariamente a ocupação dos leitos. No Boletim Epidemiológico divulgado ontem, 79 crianças ocupavam 96 leitos de UTI Infantil, o equivalente a 82,2% de ocupação. São apenas 17 leitos livres: 3 no SUS Municipal, 3 no Estadual e 11 na rede privada. Das 79 crianças, 44 estão com algum tipo de SRAG. Os 59 leitos de enfermaria estão todos preenchidos e doze crianças estão sendo assistidas nos prontos-socorros à espera de vagas.

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