PARQUE PORTUGAL

Prefeitura inicia instalação de alambrado na Lagoa do Taquaral

Cerca de 1 metro de altura será colocada em todo o perímetro do corpo d’água do parque; objetivo é melhorar a segurança dos visitantes e separar as capivaras das áreas de lazer

Da Redação
19/12/2024 às 09:55.
Atualizado em 19/12/2024 às 09:55
Além de servir de guarda-corpo para ampliar a segurança dos usuários, principalmente de crianças, a cerca permitirá a separação das capivaras; elas terão a circulação restrita às margens da lagoa, na parte interna do alambrado (Alessandro Torres)

Além de servir de guarda-corpo para ampliar a segurança dos usuários, principalmente de crianças, a cerca permitirá a separação das capivaras; elas terão a circulação restrita às margens da lagoa, na parte interna do alambrado (Alessandro Torres)

A Secretaria de Serviços Públicos de Campinas iniciou a instalação de alambrado no entorno de todo o perímetro do corpo d'água da Lagoa do Taquaral. A cerca de 1 metro de altura é de arame galvanizado, e o alambrado é fixado em postes de concreto. Serão 2,7 mil metros lineares de cerca. O objetivo é melhorar a segurança dos usuários, em especial de crianças. A cerca também vai contribuir para que as capivaras fiquem restritas ao espaço da Lagoa e não andem nas áreas de lazer, como parques e academias, reduzindo a presença de carrapatos nas áreas mais acessadas pela população.

De acordo com o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, essa é uma obra extremamente importante e vai ajudar no manejo da Lagoa do Taquaral. Segundo o secretário, atualmente as capivaras circulam por todo o parque. “Elas saem do corpo d'água e vão pastar, comer grama e outro tipo de vegetação no parque, levando, portanto, carrapatos por todo o parque. Esse alambrado vai confinar as capivaras no corpo d'água, ou seja, elas não vão sair para pastar fora da lagoa, elas vão comer a vegetação existente às margens da lagoa, na parte interna do alambrado”, disse Paulella. 

“Por outro lado, também tem o aspecto de segurança, porque o parque recebe muitas crianças. Então o alambrado serve como um guardacorpo, dá mais segurança”, completou o secretário, acrescentando que o investimento na obra é de R$ 313.200,00. A expectativa é que a instalação do alambrado seja concluída em 60 dias. 

Ontem, o motorista Elielton Pereira, 30, estava aproveitando a tarde ensolarada na Lagoa do Taquaral junto com a esposa e as três filhas. Ele reparou na instalação do alambrado e aprovou a medida. “Melhora a segurança para as crianças tanto para evitar o contato com as capivaras quanto para que elas não cheguem muito perto da lagoa”, opinou. Na pista de caminhada interna, próximo à Concha Acústica, o casal Jhenifer Lima, 23, e Allan Rodrigues, 25, estava passeando com os dois filhos. Para eles, a obra é uma boa opção para aumentar a separação entre os animais e as crianças. “Especialmente agora nas férias, quando há muitas crianças passeando”, comentou Jhenifer. O casal tem o costume de levar as crianças para brincar nos parquinhos da Lagoa. “Nunca tivemos problemas com carrapatos”, afirmou Allan. 

A reportagem do Correio Popular procurou a Prefeitura e questionou se haverá a colocação de cercas em outros locais, como a Lagoa do Jambeiro, Parque das Águas, Lago do Café, Parque Ecológico Prof. Hermógenes de Freitas, em Barão Geraldo, e Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na Rodovia Heitor Penteado, mas não houve retorno até o fechamento da matéria. 

ESTERILIZAÇÃO 

Após o surto de febre maculosa que atingiu Campinas em 2023 e provocou a morte de sete pessoas, o município intensificou as ações de combate ao carrapato-estrela, transmissor da doença. As capivaras são hospedeiras do carrapato. Em setembro deste ano começou o trabalho de manejo para controle reprodutivo das capivaras. O objetivo é combater a transmissão da doença por meio da redução de nascimentos de filhotes de capivaras em parques públicos. 

O primeiro lugar a receber a esterilização dos animais é justamente o Parque Portugal. Nesta fase do projeto serão esterilizadas aproximadamente 200 capivaras que vivem no parque, no Lago do Café, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim e Parque das Águas. A gestão do projeto é da Secretária do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas). 

“A castração é uma medida que promove o bem-estar dos animais, além de diminuir o risco de transmissão da febre maculosa e o mais importante é que todas as capivaras também estão sendo microchipadas, permitindo que sejam acompanhadas por toda a vida”, destacou o gestor ambiental e assessor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), Rodrigo Pires. 

O manejo das capivaras começou no dia 26 de setembro, com a ceva (alimentação controlada em locais e horários específicos), passando pela captura do grupo, realização das cirurgias (vasectomia e salpingectomia) e recuperação. 

FEBRE MACULOSA 

Em novembro, a Secretaria de Saúde de Campinas registrou mais dois casos confirmados de febre maculosa este ano e que evoluíram para cura. Ambos ocorreram em agosto. Com isso, a cidade totaliza quatro casos e um óbito pela doença em 2024. O primeiro registro, com morte, ocorreu em maio. Já o segundo caso, em junho, evoluiu para cura.

A febre maculosa é uma doença grave, com alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela infectado com essa bactéria. Na fase jovem ele pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequenta áreas com vegetação, especialmente onde há cavalos, capivaras e outros animais silvestres. No ano passado foram contabilizados 20 casos, 17 com transmissão no município, e sete óbitos. 

Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça e dor no corpo, com piora progressiva, e surgem de dois a 14 dias após a picada do carrapato infectado, podendo ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose, gripe e covid-19. A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado logo nos primeiros dias de sintomas para evitar agravamento e possível óbito. É importante evitar contato direto com vegetação, principalmente perto de rios, córregos e lagoas, utilizar roupas e calçados que cubram o corpo e ficar atento para retirar rapidamente eventuais carrapatos aderidos à roupa e ao corpo. Em caso de febre, a orientação é procurar atendimento e informar caso tenha passado por áreas de risco para a doença.

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