A previsão é que a intervenção no local ocorra até o mês de agosto; segundo a Secretaria de Infraestrutura, o primeiro piscinão deverá resolver 90% do problema de enchentes na Avenida Princesa D’Oeste (Rodrigo Zanotto)
A Prefeitura de Campinas deu início à última semana de mais uma etapa das obras antienchentes que criarão os reservatórios conhecidos como piscinões. Trata-se da construção do túnel que vai ligar a Avenida Princesa D'Oeste até o reservatório RP-1 sob a Praça Paranapanema, na região do Guarani. O túnel terá revestimento metálico de 3,5 metros de diâmetro em uma estrutura chamada Tunnel Liner. O reservatório terá capacidade para armazenar cerca de 120 milhões de litros de água. O investimento na obra é de mais de R$ 205,8 milhões, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A previsão de término é julho do ano que vem.
De acordo com a Prefeitura, o reservatório da Praça de Esportes Paranapanema será tampado, ou seja, coberto, para que a Praça possa ser recomposta. Quando estiver em operação, nos momentos de cheia, a água entrará por uma galeria de derivação e será escoada por outra, com auxílio de quatro bombas submersíveis.
No momento, trabalhadores também atuam na construção das armaduras e da concretagem das lamelas, estruturas de sustentação do reservatório. Segundo o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, da Pasta responsável pela gestão das obras, essa "é uma fase importante para a construção do piscinão". Junto com outras obras do Plano de Macrodrenagem, de combate às enchentes nas bacias dos córregos Serafim e Proença, "a Prefeitura vai praticamente resolver a questão das enchentes na região central da cidade", projetou.
Por conta das obras, foi necessário bloquear um trecho da Rua Joaquim Roberto de Azevedo Marques, entre as avenidas Dr. Arlindo Joaquim de Lemos e Guarani, na Vila Lemos. Os moradores estão com acesso liberado e não há impacto para eles. Frequentadores da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, que fica nesta rua, também têm acesso liberado e podem percorrer o trecho até a porta da igreja. A previsão é que a intervenção no local ocorra até o mês de agosto.
Segundo a Secretaria de Infraestrutura, o primeiro piscinão deverá resolver 90% do problema de enchentes na Avenida Princesa D'Oeste. As obras são consideradas de grande porte. Os reservatórios serão construídos com uma técnica semelhante à utilizada pelo “tatuzão”, nome popular da tuneladora, máquina que faz escavação de túneis, pela sua eficiência em diversos tipos de subsolo, mostrando uma versatilidade que vai das rochas mais duras a terrenos arenosos. Os reservatórios do Paranapanema e do Orosimbo Maia serão fechados, enquanto os da Princesa D'Oeste será abertos.
Praça da Ópera
O outro piscinão já anunciado pela Prefeitura de Campinas, na Praça da Ópera, no Centro da cidade, está na fase de licitação. Com orçamento de R$ 130 milhões, a licitação já recebeu propostas e está agora na fase de análise. “Estamos avaliando as propostas recebidas tanto da parte financeira quanto documental e em breve teremos a vencedora. A partir daí, podemos homologar a licitação, elaborar o contrato e dar a ordem de serviço para esse segundo piscinão”, adiantou Barreiro.
O futuro reservatório na região do córrego Serafim terá capacidade de armazenamento de 80 milhões de litros de água. Serão duas células circulares, cada uma com 45 metros de diâmetro e profundidade de 22 metros. Também está prevista uma galeria de desvio que vai trazer as águas pluviais da Rua Delfino Cintra. Com bacia de contribuição de 7,84 quilômetros quadrados, também está prevista uma galeria de desvio para levar o piscinão às águas pluviais da Rua Delfino Cintra. A Praça da Ópera, que abrigará a estrutura, está no cruzamento das avenidas Senador Saraiva com João Penido Burnier e Rua Jorge de Miranda, próximo ao Mercado Municipal e à Avenida Orosimbo Maia, um dos pontos de risco de alagamento da cidade.
“Nossa expectativa é que a construção do RS-1, no Córrego Serafim, traga uma expressiva contribuição para conter as enchentes na Orosimbo Maia”, destacou o secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, na época da abertura da licitação.
Plano Antienchente
O Plano para Controle de Enchente para a Região Central, elaborado pela Secretaria de Infraestrutura, inclui a execução total de oito obras de combate às enchentes nas bacias do córrego Serafim, na Avenida Orosimbo Maia e no córrego Proença, na Avenida Princesa D'Oeste.
O município de Campinas tem recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o plano. O investimento para as obras desta primeira etapa é de R$ 559.635.535,51, sendo R$ 503 milhões via financiamento do BNDES e R$ 55,9 milhões de contrapartida da Prefeitura. O orçamento para a execução das obras de todas as etapas é de aproximadamente R$ 1 bilhão.
