mobilidade elétrica

Prefeitura faz parceria com BYD e CPFL

Grupo definirá modelo de negócios para ser utilizado em nova concessão

Maria Teresa Costa
14/03/2018 às 12:33.
Atualizado em 23/04/2022 às 06:15
Campinas tem atualmente 13 ônibus elétricos em sua frota e a meta, já anunciada pela Prefeitura, é chegar a 150 até 2020: licitação exigirá indicadores de qualidade da concessão (Carlos Sousa Ramos)

Campinas tem atualmente 13 ônibus elétricos em sua frota e a meta, já anunciada pela Prefeitura, é chegar a 150 até 2020: licitação exigirá indicadores de qualidade da concessão (Carlos Sousa Ramos)

A Prefeitura, a CPFL Energia e a BYD do Brasil assinam nesta quarta-feira acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de um modelo de mobilidade elétrica para o sistema de transporte público urbano de Campinas. O grupo definirá um modelo de negócios para ser utilizado na nova concessão do transporte coletivo prevista para este ano e que dividirá a cidade em seis áreas. Em uma delas, que inclui a região central e os corredores do BRT, só será permitida a circulação de ônibus movidos a combustíveis não poluentes, como células de hidrogênio, elétricos ou híbridos. Campinas tem atualmente 13 ônibus elétricos em sua frota e a meta, já anunciada pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), é chegar a 150 até 2020. O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Carlos José Barreiro, afirmou que a licitação exigirá veículos não poluentes na região central e nos corredores do BRT, e nesse contexto, os ônibus elétricos têm grande vantagem e certamente terão preferência das empresas que participarão da licitação. “Por isso estamos fazendo o acordo de cooperação”, afirmou. Por esse acordo, a fabricante de ônibus elétrico, a fornecedora de energia e a Administração farão o levantamento de todo o custo de implantação de uma área livre de poluição em Campinas — como a demanda que o sistema consegue atender, veículos, necessidade de pontos de recarga do sistema ao longo do dia, investimentos, entre outros itens. No acordo, a BYD trará as informações sobre os veículos, como capacidade, desempenho, custo de frota e de manutenção e potencial operacional. A CPFL, que ofertará a energia, avaliará as necessidades de ponto de recarga dos ônibus para o sistema funcionar e a Administração entrará com informações do sistema e a experiência com o que já existe. A nova concessão, segundo o secretário, ordenará o transporte por regiões geográficas, mas a divisão da operação entre os concessionários será orientada por corredores. Com isso, o número de empresas que atuarão no sistema deverá ser maior — hoje são quatro áreas de concessão, operadas por cinco empresas, sendo que uma delas, a VB Transportes, atua em duas áreas. A licitação exigirá veículos não poluentes na região central e nos corredores do BRT, medida adotada devido ao alto custo de implantação de um projeto como esse, mas a concorrência deixará aberto um caminho para que a exigência de veículos não poluentes possa ser adotada em outras áreas ao longo do tempo, uma vez que a cada três anos haverá revisão do equilíbrio financeiro do contrato, que servirá não apenas para avaliar impactos tarifários, mas também a operação do sistema. No entorno de toda a região central — os limites dessa área estão sendo definidos —, haverá paradas e estações para que os passageiros que chegam dos bairros possam fazer o transbordo para os ônibus “limpos” que operaram em sistema de integração. Barreiro disse que o atraso na publicação do edital de concessão do transporte coletivo deve-se à complexidade do processo e aos detalhamentos das exigências que serão incluídas. Por exemplo, cada empresa ou consórcio que vencer a licitação terá que montar sociedade de propósitos específicos (SPE), uma sociedade empresarial cuja atividade é bastante restrita e que pode, em alguns casos, ter prazo de existência determinado, e que normalmente é utilizada para isolar o risco financeiro da atividade desenvolvida. Indicador de qualidade A licitação exigirá também indicadores de qualidade para medir o desempenho da concessão, será feita uma redivisão das áreas para que não haja regiões de operação muito grande. A Prefeitura vai exigir que os ônibus disponibilizem wi-fi para os passageiros e avalia se também exigirá que tenham ar-condicionado. O sistema de operação será tronco-alimentado, como já foi no passado. Ônibus levarão os passageiros dos bairros para terminais — será exigida a construção de, pelo menos, mais um terminal na cidade — de onde sairão as linhas expressas nos corredores. 

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