Prefeitura e governo do Estado estudam a demanda para definir a abertura do Bom Prato à noite e também nos finais de semana
Prefeitura e governo do Estado estudam a demanda para definir a abertura do Bom Prato à noite e também nos finais de semana. O programa em Campinas serve diariamente 2,1 mil almoços por R$ 1,00 a refeição e 300 cafés da manhã a R$ 0,50 e já identificou a necessidade de pelo menos 300 refeições no jantar. O secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento Júnior, informou ontem que o levantamento da demanda vai estabelecer o custo e definir se haverá necessidade de um novo chamamento de entidade gestora ou se será possível incluir no atual contrato. A previsão é que o jantar comece a ser servido no restaurante popular a partir do próximo ano. Segundo Nascimento, as 54 unidades de Bom Prato existentes no Estado estão sendo pesquisadas para poder abrir nos finais de semana e no jantar. Atualmente, o único restaurante da rede que serve jantar e funciona todos os dias é o Bom Prato Campos Elíseos, de São Paulo. O diretor do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional da Prefeitura, Domis Vieira Lopes, informou que já foi identificada, até agora, a necessidade de 300 refeições no jantar, mas que pode chegar a 600 na pesquisa em curso. Nascimento disse que as consultas jurídicas estão ocorrendo, inclusive junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), para poder ampliar o atendimento da rede de restaurantes populares, que foi criada há 17 anos para a população de baixa renda, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Nós podemos aditar os atuais contratos em até 25%. Se os custos ultrapassarem, teremos de fazer novo chamamento. Um novo chamamento de entidades seria mais rápido. Mas temos unidades onde podemos ter demanda de usuários só no sábado, por exemplo, onde o aditamento não ultrapassaria os 25% e aí será possível atualizar os contratos um por um, mas seria mais moroso”, afirmou. O restaurante Bom Prato é parceria entre Governo do Estado e entidades comunitárias e assistenciais da sociedade civil, sem fins lucrativos, que já atuem junto à população na área da unidade. Estas entidades ficam responsáveis pela gestão do restaurante. As refeições são constantemente monitoradas por nutricionistas da Codeagro, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, responsável pelo programa, e periodicamente são enviadas amostras para análise no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). As refeições são compostas de arroz, feijão, carne, farinha de mandioca, legumes, salada, pão, suco e fruta. São 1.200 calorias por prato ao custo de R$ 5,70. O do Estado subsidia R$ 4,70 do custo total e o usuário complementa com R$1,00. No café da manhã são servidas 400 calorias, com café com leite, achocolatado ou iogurte, pão com margarina, requeijão ou frios e uma fruta da estação, ao custo de R$ 1,96 – o Estado subsidia R$ 1,46 e o usuário completa com R$ 0,50. Segundo o secretário, o restaurante popular, que começou para atender população de rua, idosos e população de baixa renda, acabou se consolidando como estratégia importante de apoio às famílias em momento de crise. Pesquisa do perfil do usuário do programa mostrou que entre janeiro e dezembro do ano passado, a proporção de usuários que ganham dois e três salários mínimos subiu de 28,6% para 35,9% e de três a cinco salários saltou de 8,1% para 11,1%. Nesse período, o número de frequentadores desempregados aumentou de 15,73% para 22,58%.