Município foi advertido por falta de documentação para o local operar; nova fiscalização deve acontecer
Ecoponto do Distrito Industrial: moradores da região reclamam da fumaça da queima do lixo (Janaína Maciel/Especial para AAN)
A Prefeitura de Campinas foi multada pela Polícia Militar Ambiental no início de maio em R$ 9 mil por causa da queima de materiais descartados no ecoponto do Distrito Industrial. Além disso, o Município foi advertido porque o local funciona sem autorização da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Dentro de alguns dias, uma nova fiscalização deve ocorrer no local para saber se a Administração providenciou a documentação necessária para o funcionamento e também para avaliar se as queimadas que estão prejudicando a região foram suspensas. Segundo a polícia, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já comunicou as autoridades que a fumaça causada pelo foco de incêndio coloca em risco as operações do aeroporto.
A Prefeitura informou que os funcionários não têm nenhum tipo de envolvimento com a queima dos materiais e que os incêndios seriam provocados por vândalos. A Administração também disse que está reorganizando o local e deve aumentar a vigilância na área para que as queimadas não voltem a ocorrer. A Secretaria Municipal de Serviços Públicos informou que já está providenciando a documentação para que a Secretaria Estadual do meio Ambiente autorize o funcionamento do local.
Moradores da região acusam a Prefeitura de descaso com a política de destinação e reciclagem de lixo. Segundo a denúncia, o ecoponto instalado próximo da fábrica da Mercedes Benz se transformou em um depósito de lixo que vira e mexe é incendiado. “No lugar de dar destinação correta e reciclar, colocam fogo nos produtos e não dão a destinação correta, que seria a reciclagem do material. De uns tempos pra cá é comum ver o material queimando”, disse o eletricista Wadson Aparecido de Sousa, que mora na região há dois anos.
De acordo com a dona de casa Eva Aparecida Cordeiro Guerra, que mora nas proximidades há seis anos, a situação se agravou há cerca de um mês, quando parou de chover. “O pessoal traz lixo e deixa aí. Quando a gente vê, está tudo queimando. Às vezes fica dois, três dias pegando fogo e a gente quase nem consegue respirar”, reclamou.
Os ecopontos e pontos verdes foram instalados na cidade no fim de 2010 com o objetivo de incentivar a população a descartar resíduos de construção, restos vegetais, como galhos e podas; eletroeletrônicos sem funcionamento, como monitores, impressoras ou mesmo eletrodomésticos, pilhas e baterias. Também é possível destinar corretamente o óleo de cozinha já utilizado ou demais materiais recicláveis de vidro, plástico ou papelão.
O depósito é feito por moradores de forma gratuita. Após o espaço alcançar o limite da capacidade, a Prefeitura retira os produtos e dá a destinação adequada. Segundo dados da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, o despejo de entulho em terrenos baldios, praças, matas e margens de córregos e rios da cidade já é caracterizado como ilegal pelo município e crime ambiental pela Polícia Militar Ambiental. Porém, penalizar os responsáveis ainda é esporádico, pois é difícil flagrar as pessoas fazendo o despejo irregular.