Amigas Sophia Gomes e Giovana dos Santos, ambas de 9 anos, deram apoio uma a outra durante a vacinação (Rodrigo Zanotto)
A baixa procura pelas vacinas do calendário básico levou a Secretaria de Saúde de Campinas a intensificar a busca ativa por crianças com doses em atraso. O trabalho envolve várias ações conjuntas, que incluem ir até as casas para realizar a vacinação, telefonar e enviar mensagens via WhatsApp para os pais e desenvolver campanhas de imunização em escolas e creches, buscando atingir o público de 4 meses de idade a 15 anos incompletos.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Daiane Cristina Pereira Morato, a cobertura vacinal está em torno de 70%, quando a meta é atingir 95%.
A adesão da população está em queda há seis anos seguidos, atingindo o índice mais baixo em 2022. O último ano que Campinas atingiu a meta foi em 2016. O Programa Nacional de Imunização (PNI) prevê 13 vacinas oferecidas gratuitamente nos postos de saúde, entre elas BCG, hepatite B, poliomielite, pentavalente, pneumocócica 10 valente, meningocócica 10 e influenza, que protegem contra várias doenças, como gripe, paralisia infantil, tuberculose, difteria, tétano, coqueluche, pneumonia, meningite, etc.
Daiane explica que a busca ativa sempre foi adotada pela Secretaria de Saúde, mas a ação foi prejudicada em função das restrições provocadas pela pandemia de covid-19, que começou em 2020. Na quinta-feira (17), a Secretaria de Saúde realizou uma atividade para mostrar a segurança da imunização fora das unidades básicas de saúde, o que envolve desde o controle da temperatura das vacinas, que são mantidas entre 2 e 8 graus, logística de distribuição e triagem do público. “São tomados os mesmos cuidados que em um posto de saúde”, diz a coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
Os imunizantes foram levados do Centro de Saúde São Cristóvão até a Escola Municipal de Educação Fundamental (Emef) Maria Pavanatti Fávaro, que ficam próximos ao Aeroporto Internacional de Viracopos. No local, os alunos que estavam com vacinas atrasadas receberam doses contra a meningite e o papilomavírus humano (HPV), infecção sexualmente transmissível (DST) que pode ser evitada quando crianças e adolescentes com até15 anos incompletos são imunizados.
Durante a ação, os alunos procuraram se apoiar mutuamente. Foi o caso de duas amigas, ambas de 9 anos: Sophia Alves Gomes segurou a mão de Giovana Passagnoli do Santos enquanto era vacinada. “Doeu um pouquinho no começo, mas é importante se vacinar para se proteger”, disse Sophia. De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, as ações de busca ativa serão definidas por cada uma das 60 unidades básicas de saúde de acordo com o perfil de vacinação e características da região onde estão instaladas.