TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura de Campinas garante que tarifa de ônibus não subirá em 2024

Por sua vez, Estado anuncia reajuste de 13,64% no transporte metropolitano

Isabella Macinatore/ [email protected]
29/12/2023 às 10:00.
Atualizado em 29/12/2023 às 10:00
A EMTU destacou que o reajuste de 13,64% nas tarifas do transporte metropolitano é inferior à inflação (Rodrigo Zanotto)

A EMTU destacou que o reajuste de 13,64% nas tarifas do transporte metropolitano é inferior à inflação (Rodrigo Zanotto)

A Prefeitura de Campinas decidiu não promover reajustes nas tarifas dos ônibus que operam na cidade no próximo ano. Atualmente, o Bilhete Único comum está fixado em R$ 5,45, enquanto as passagens por QR Code custam R$ 5,90. Por outro lado, as tarifas dos ônibus metropolitanos, sob gestão da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), terão um aumento médio de 13,64% a partir de janeiro.

A Administração municipal enfatiza que a manutenção dos preços das tarifas internas de ônibus está firmemente estabelecida, mesmo diante de eventuais contratempos no cenário econômico. Em situações adversas, serão conduzidos estudos para reequilibrar os subsídios destinados às empresas de transporte coletivo.

O prefeito Dário Saadi (Republicanos) expressou sua posição sobre essa determinação, destacando: "Compreendendo o impacto de um aumento na passagem de ônibus no orçamento familiar, especialmente para as famílias em situação de vulnerabilidade, decidimos não elevar os preços. Diversos fatores contribuíram para essa decisão, incluindo o acréscimo de 2 milhões de passageiros ao longo de 2023. Além disso, observamos um equilíbrio mais favorável nos preços do óleo diesel e antevemos uma situação financeira propícia para reajustar os subsídios às empresas de ônibus, evitando assim o aumento nas passagens. Acreditamos que desta forma as famílias que dependem do transporte coletivo em Campinas não serão impactadas por aumentos em suas despesas familiares relacionadas ao transporte público."

A comunidade de usuários do transporte público expressou sua opinião sobre a recente decisão. Eder Roque da Silva, 45 anos, destacou que algumas empresas limitam os aumentos salariais dos funcionários para cobrir os custos crescentes dos vales-transporte. Segundo ele, "algumas empresas travam os aumentos que poderiam dar para os funcionários para bancar os aumentos dos valores dos vales-transporte".

Alessandra Sales da Silva, de 45 anos, embora não utilize o transporte público com frequência, observou que a manutenção dos valores inalterados é benéfica. Ela comentou: "Não uso o transporte público sempre, mas só de os valores continuarem os mesmos, ajuda bastante."

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) esclareceu que os custos dos insumos do transporte, incluindo mão de obra e benefícios, estão sujeitos a reajustes constantes. O sindicato enfatizou a importância de respeitar o equilíbrio contratual, seja por meio do reajuste da tarifa ou do subsídio, dada a existência de um contrato em vigência.

EMTU

Em um comunicado referente ao reajuste de 13,64% nas tarifas dos ônibus metropolitanos a partir de janeiro, a EMTU justificou que esse índice é inferior à inflação de 28,40%, acumulada desde a última revisão tarifária em janeiro de 2020, de acordo com o IPC-Fipe. Diversos fatores contribuíram para esse ajuste, incluindo o aumento dos combustíveis e de outros bens de consumo operacional, o incremento nos custos de mão de obra e, no caso dos veículos elétricos, o aumento nos custos da energia elétrica.

Na prática, as alterações nas tarifas para as linhas de Sumaré com destino a Campinas variarão entre R$ 8,20 e R$ 6,15. Para Valinhos, os valores passarão a oscilar entre R$ 8,05 e R$ 5,95. Já para os passageiros de Indaiatuba, a nova tarifa será de R$ 7,50, em Hortolândia permanecerá em R$ 5,95, e para Jaguariúna, as tarifas serão ajustadas para variar entre R$ 7,45 e R$ 5,40.

O índice de aumento reflete uma média, uma vez que os valores oscilam em cada uma das linhas, considerando variáveis como a extensão do percurso, os custos com combustível e o tipo de serviço disponibilizado (comum, seletivo, especial, corredor ou VLT) em cada região.

Indagados sobre o aumento, usuários das linhas compartilharam suas opiniões. Segundo Regiane Maria Freitas de Almeida, de 50 anos e trabalhadora doméstica, o aumento das tarifas gera preocupação. "O salário aumenta, mas os custos também sobem. Muitas domésticas acabam perdendo o emprego, pois as pessoas que as contratam argumentam que não compensa pagar a passagem."

Por sua vez, Edna Barros da Cruz, 61 anos e faxineira, considera que o aumento deixa a desejar em relação à qualidade dos serviços oferecidos. "Sabia que o valor ia subir, mas não esperava tanto. É bastante; vamos ver como faremos, pois os ônibus são raros. Em determinados horários, ficamos aguardando, e eles chegam lotados, muitas vezes sem parar, seguindo direto."

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