Prefeitura de Campinas e Unicamp unem forças

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Prefeitura vão trabalhar juntas para atrair investimentosem inovação e tecnologia, informou ontem o prefeito Jonas Donizette (PSB), após a inauguraçãoda primeira parte da infraestrutura do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.

Jonas disse que, depois de concluídas as metas de seu programa de cem dias de governo, irá reunir os três parques tecnológicos da cidade para estabelecer uma nova legislação de atração de empresas do segmento.

A Unicamp aguarda a desapropriação de uma área de 1,43 milhão de metros quadrados ao lado da universidadee dentro do polo de alta tecnologia de Campinas, o Ciatec 2, paraefetuara expansão do seu parque de tecnologia.

Última etapa

Segundo o prefeito, o último documento que faltava no processo de desapropriação foi entregue ontem ao governo do Estado - uma declaração dos proprietários das terras das Fazenda Argentina de que a desapropriação será amigável e que ela não irá recorrer à Justiça no futuro para contestar o processo ou os valores a serem pagos.

As terras pertencem à empresa Heliomar S.A, que tem entre os sócios José Pires de Oliveira Dias Neto, vice-presidente da rede Drogasil, e seu irmão Carlos Pires Oliveira Dias, presidente da rede de farmácias e vice-presidente do conselho de administração do Grupo Camargo Corrêa.

Os recursos para o pagamento sairão da Unicamp, que já obteve a autorização do Conselho Universitário paradispor de R$ 150 milhões para a aquisição das terras. A área integra a Fazenda Argentina,e é amesma que o Itaú-Unibanco negociava para instalar, em Campinas,seu Centro Tecnológico de Operações(CTO) do banco, um investimento de R$ 1 bilhão que a cidade perdeu para Mogi-Mirim.

Interessados

Além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mais duas grandes empresas estão esperando pela decisão com interesse em instalar na área laboratórios de pesquisas.

Dois prédios estão sendo construídos na atual área do parque; um, com 2,6 mil m2 será a sede da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp; o outro abrigará, em 1,6 mil m2, o Laboratório de Inovação em Biocombustíveis (LIB), que vai desenvolver projetos de processo de produção de biodiesel, etanol e bioquerosene.

Segundo Roberto Lotufo, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, o parque jáatraiu mais de R$ 30 milhões, tendo a Universidade investido 44% deste valor. “Este é um projeto de longo prazo e somente será concretizado com a continuidade do apoio da reitoria”,disse.