PROGRAMA

Prefeitura de Campinas dará R$ 2 mil a médicos

Executivo repassará auxílios-moradia e alimentação para os profissionais recebidos por Campinas

Bruna Mozer
28/08/2013 às 08:36.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:03

A Prefeitura de Campinas se prepara para receber sete profissionais (brasileiros ou com diploma do Exterior) que chegam pelo programa Mais Médicos no próximo dia 2. A decisão do Executivo foi por repassar a eles um auxílio-moradia de R$ 1,5 mil, mais R$ 590,00 de vale-alimentação. De acordo com as normas do programa, o município pode optar por fornecer um imóvel ao invés de repassar o dinheiro. Além dessa quantia paga pelas prefeituras de cada cidade, o governo federal repassará, aos médicos do Estado de São Paulo, R$ 10 mil de ajuda para a sua instalação no local de atuação, além do salário de R$ 10 mil. Nas áreas mais afastadas do País, esse auxílio pode chegar a R$ 30 mil.O número de profissionais que atuarão em Campinas também diminuiu. A lista inicial de nove nomes caiu para sete, de acordo com a divulgação feita pelo Ministério da Saúde ontem. A Secretaria de Saúde afirmou que nenhum deles é estrangeiro: cinco são brasileiros e dois formados no Exterior.Segundo a coordenadora da Atenção Básica da Secretaria de Saúde, Maria Antonieta Salomão, ao chegarem em Campinas, na próxima segunda-feira, os médicos passarão por um acolhimento nos dois dias seguintes no Centro de Educação do Trabalhador da Saúde. “Esse processo é feito com todos os profissionais que iniciam o trabalho na saúde municipal. Serão passadas informações sobre o sistema de Campinas”, disse a coordenadora. Nos dois dias seguintes, os médicos serão enviados aos seus locais de trabalho para recepção, todos em centros de saúde em bairros da periferia.Em outras cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), o número de profissionais também foi alterado. Em Americana, seis médicos chegarão no local na próxima semana, ante cinco da lista anterior. As alterações nesta listagem são resultado da validação das inscrições feitas pelos profissionais. Boa parte deles teve problemas com a documentação, como a confirmação do cadastro pelas embaixadas e consulados do Brasil ou com a entrega dos comprovantes de atuação profissional em países não elegíveis no programa. No caso de Americana, que aumentou o número de médicos, é resultado da regularização dos documentos que estavam pendentes. PadilhaO ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou a postura de cerca de 50 médicos de Fortaleza que, na noite de segunda-feira, fizeram um corredor polonês para xingar e vaiar 79 médicos cubanos do programa Mais Médicos, que saíam de um curso na Escola de Saúde Pública do Ceará. “Foram atitudes truculentas, incitaram o preconceito e a xenofobia”, disse Padilha, que ontem visitou o líder do PR no Senado, Antonio Carlos Rodrigues (SP), para pedir apoio à medida provisória do Mais Médicos.“Eles (os médicos de Fortaleza) participaram de um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis fazer atendimento”, disse Padilha.Ele afirmou que o governo vai insistir no programa, tirando dele qualquer conotação ideológica e partidária. “Até porque o primeiro governo a buscar médicos em Cuba para atender no Brasil foi o governo do PSDB. Fernando Henrique era o presidente da República e o governador de Tocantins (Siqueira Campos, hoje no PSDB, que trouxe os médicos) era do PFL.” Segundo Padilha, o governo recebeu apelos de todos os prefeitos, de partidos do País todo por médicos que possam trabalhar em seus municípios.ManifestaçãoEm Fortaleza, os médicos locais gritaram: “Escravos”. A manifestação foi liderada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes. O governo teve que pedir reforço policial quando os médicos brasileiros tentaram invadir o prédio, depois de cercar todas as saídas, obrigando os cubanos a permanecerem por mais 40 minutos no saguão da escola, enquanto autoridades tomavam providências para evitar um conflito maior. A polícia acompanhou o protesto de perto, mas não interveio.Padilha disse ainda que o governo apresentará ao Tribunal de Contas da União todos os documentos que forem pedidos para esclarecer a situação legal do Mais Médicos. Quanto à situação trabalhista dos cubanos, ele disse que em 701 municípios do País nenhum médico se propôs a trabalhar, seja brasileiro ou estrangeiro. Então, disse o ministro, o governo recorreu à Organização Panamericana de Saúde, que cuidará dos contratos.Segundo Padilha, os cubanos que vão para as cidades que ninguém quis têm experiência em situações semelhantes, pois estão presentes em 58 países que recebem missões humanitárias de Cuba. Ele disse que esses médicos têm emprego garantido em seu país e que, aqui, por estarem numa situação diferente, vão até receber remuneração maior.Com informações da Agência Estado

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