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Prefeitura de Campinas caça verba para ciclovias

Os R$ 2 mi reservados pelo governo só bancariam os projetos; ciclistas cobram mais espaço

Felipe Tonon
28/10/2013 às 21:52.
Atualizado em 24/04/2022 às 23:37
Ciclistas em faixa separada do trânsito de carros por pintura e cones no domingo: poucos espaços  ( Dominique Torquato/AAN)

Ciclistas em faixa separada do trânsito de carros por pintura e cones no domingo: poucos espaços ( Dominique Torquato/AAN)

Uma das principais bandeiras do governo Jonas Donizette (PSB) — a construção de 100 km de ciclovias e ciclofaixas em Campinas — tem pela frente alguns desafios. A depender exclusivamente do dinheiro público municipal, a proposta é impraticável. Na semana passada, o Plano Purianual apresentado pelo Executivo à Câmara de Campinas mostrou que para o ano que vem estão previstos investimentos de R$ 2 milhões. Parte deste valor — R$ 800 mil — virão do Fundo Municipal do Meio Ambiente. O dinheiro, no entanto, servirá apenas para a elaboração dos projetos executivos, sem contar a implantação.O secretário de Transportes, Sérgio Benassi, defendeu que a proposta é para quatro anos e que haverá receitas nos anos subsequentes, mas reconheceu que será preciso mais recurso. “Temos uma série de iniciativas para buscar receitas novas, buscando entes da federação, a nível municipal, estadual e federal, e também modificando a legislação da cidade.” Uma alternativa seria mudar a lei orgânica do município para transferir a gestão e domínio do solo usado no sistema de trânsito da Serviços Técnicos Gerais (Setec) para a Emdec, que irá comercializar espaços publicitários para implantação das ciclovias e ciclofaixas. A medida vai permitir que a Emdec faça parcerias público privadas (PPP). Segundo Benassi, o projeto está no departamento jurídico e deverá ser encaminhado para a Câmara em novembro.Pelo Plano Cicloviário divulgado pela Emdec em junho, a construção de 100 km de ciclovias e ciclofaixas até 2016 só será possível com investimentos milionários. O valor total, no entanto, ainda não é conhecido. Só para transformar a ciclofaixa Norte-Sul/Taquaral — trecho de apenas 8km — em uma ciclovia permanente, passando pelo canteiro central da via, o custo é de R$ 2,5 milhões.Os usuários das ciclofaixas esperam a ampliação dos trechos. “Há demanda. Tem gente que não utiliza porque não existe”, disse o promotor Wesley Fedre do Carmo. Já o microempresário Alexsander Gueber afirmou que é preciso ampliar o conhecimento dos usuários. “Não é só ampliar a ciclofaixa, mas sim um conjunto de coisas que precisam ser melhoradas para incentivar o ciclismo. Um ponto é dar treinamento aos ciclistas sobre as leis de trânsito.”Apesar de não haver verba suficiente para as ciclovias, Luís Carlos Rosa, presidente do Campinas Bike Clube e que participa de uma comissão de ciclo ativistas, está otimista. “Se depender só de verba pública fica complicado, mas demos um voto de confiança à Prefeitura, que se comprometeu em fazer os 100 quilômetros.” (Colaborou Vilma Gasques/AAN)

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