CAMPINAS

Prefeitura avalia criar auxílio emergencial a microempresas

Informação foi divulgada a vereadores pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Adriana Flosi

Erick Julio/ Correio Popular
15/04/2021 às 11:06.
Atualizado em 21/03/2022 às 22:26
Na região do Campo Grande, pequenos comércios ocupam as ruas e tentam sobreviver na pandemia (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

Na região do Campo Grande, pequenos comércios ocupam as ruas e tentam sobreviver na pandemia (Diogo Zacarias/ Correio Popular)

A Prefeitura de Campinas estuda a criação de um auxílio emergencial municipal para os microempresários da cidade, visando ajudá-los a enfrentar a difícil situação econômica provoca pela pandemia da covid.19. A informação foi dada ontem pela secretária de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo, Adriana Flosi, após reunião da Comissão Especial de Estudos do Campo Grande, da Câmara Municipal de Campinas.

De acordo com Adriana Flosi, a medida será anunciada oficialmente pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) e será implementada por meio de recursos emprestados do Banco do Povo, do Governo de São Paulo, ou do próprio Orçamento municipal. Na ocasião, Adriana afirmou que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico está trabalhando junto com a Secretaria de Finanças para viabilizar o projeto.

O ex-secretário de Finanças de Campinas, José Luís Pio Romera, que participou da reunião da comissão, apresentou um estudo financeiro sobre a situação econômica da Prefeitura. Segundo ele, a atual gestão recebeu a Prefeitura com um caixa de R$ 200 milhões, recursos que poderiam ser usados no combate aos efeitos da pandemia. Ainda segundo o ex-secretário, houve um aumento na arrecadação nos primeiros meses deste ano, o que possibilitaria a criação de um auxílio emergencial.

Apesar do anúncio, a Secretária de Desenvolvimento Social e Turismo não especificou qual seria o critério usado para definir quem teria direito ao auxílio, nem uma data para que o projeto seja colocado em prática. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, um grupo de trabalho formado por secretários de "várias pastas está estudando medidas que poderão ser adotadas para minimizar os prejuízos que estão enfrentando em razão da crise sanitária e também para auxiliá-los no pós-pandemia, para a retomada das atividades". Em nota, a assessoria destacou ainda que "a Prefeitura tem recebido representantes dos vários setores da economia para ouvir as demandas, e buscando soluções para manutenção do setor produtivo da cidade". As medidas serão anunciadas em breve pelo prefeito Dário Saadi.

‘Medida é necessária e urgente’, diz vereador

Quem consegue ainda manter seu comércio aberto diz que um auxílio da Prefeitura contribuiria para a sobrevivência do negócio. Roseli Moreira, 40 anos, dona de uma pequena loja de bolos na Rua Dr. Nelson D' Otaviano, no Parque Valença, diz que seu faturamento caiu 60% desde o início da pandemia. Com menos clientes por conta do isolamento, ela está preocupada com os custos que tem para manter seu comércio.

"Minhas despesas com a água, por exemplo, são de quase R$ 200,00, independentemente de utilizar ou não os três metros cúbicos. Um auxílio emergencial seria muito bom para que as pessoas pudessem ficar em casa e garantir sua segurança e saúde. Tendo o auxílio, é mais fácil, mas sem, é difícil para o trabalhador ficar em casa e não garantir o sustento. Tem que se arriscar para sobreviver", afirma a comerciante.

O relato de Roseli mostra, segundo o relator da comissão, o vereador Paulo Bufalo (PSOL), a urgência de medidas de auxílio aos pequenos comércios. "O anúncio é positivo, entretanto, a população precisa de medidas imediatas e urgentes. O auxílio aos pequenos comerciantes é fundamental para garantir a sobrevivência de muitas famílias", disse o vereador.

"Nós procuramos chamar a atenção da administração municipal que, com base nos dados de superávit, é possível estabelecer algum auxílio, mas tem que ser uma medida imediata. Do ponto de vista do Campo Grande, que é o foco de nossa comissão, é preciso pensar em questões urgentes como a das cooperativas de reciclagem, que estão enfrentando dificuldades neste período de pandemia", aponta Bufalo.

O vereador destaca ainda que esta é uma "oportunidade para discutir outras importantes e necessárias medidas" para a cidade, que impactam no distrito do Campo Grande. Bufalo diz que o relatório da comissão vai contribuir para a elaboração de planos como o Plurianual.

"É importante pensar em uma conexão das regiões do Campo Grande, Ouro Verde, e do Campo Belo, no entorno do Aeroporto de Viracopos. É preciso encerrar aquela visão de que existem regiões que só são moradia ou local de mão de obra para a indústria e o setor de serviços. O Campo Grande precisa de um campus de uma universidade, por exemplo, que levaria a produção de conhecimento e pesquisa para aquela região", afirma.

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