Secretaria de Urbanismo aprovou a primeira grande obra privada do governo Jonas Donizette
A Secretaria de Urbanismo de Campinas aprovou a primeira grande obra privada durante o governo Jonas Donizette (PSB).
Foi autorizada a ampliação do Shopping Iguatemi em 82 mil metros quadrados. O investimento prevê uma torre de escritórios, 125 novas lojas e 496 vagas de estacionamento. Em outubro do ano passado, a Iguatemi Empresa de Shopping Centers havia informado o investimento de R$ 190 milhões na expansão. O total de área construída passará de 153 mil para 236 mil metros quadrados.
Quatro outros grandes empreendimentos tramitam na pasta, de acordo com a secretária de Urbanismo, Sílvia Faria. Um deles é um complexo do grupo Royal Palm Hotels & Resorts Royal Palm, de cerca de R$ 400 milhões. A rede irá construir um centro de convenções, dois novos hotéis e uma galeria comercial no entorno do Royal Palm Plaza Resort. As outras são a expansão do Campinas Shopping, um empreendimento imobiliário no Swift e a construção de um hotel anexo ao Parque D. Pedro Shopping, pelo grupo Sonae.
A liberação da expansão do Iguatemi incrementou a extensão de áreas aprovadas neste ano pela Prefeitura. Enquanto em abril foram aprovados 54.274 metros quadrados, em maio, com o shopping, o número saltou para 159.998 metros quadrados. Em 2013, a cidade acumula 384 mil metros quadrados liberados, entre obras residenciais, comerciais, industriais e prédios institucionais.
A meta da Administração é liberar obras de grande porte em até seis meses, a partir do momento em que o projeto é protocolado na Secretaria de Urbanismo. Para que isso seja possível, Sílvia aguarda a contratação de 32 técnicos que irão trabalhar apenas na análise dos empreendimentos. Desde o começo do ano a pasta trabalhava com uma defasagem de cinco funcionários, que foram transferidos para outras áreas da Prefeitura. “Agora chegaram três engenheiros e arquitetos. Outros oito estão em processo de chamamento”, explicou. Depois de serem convocados, os profissionais ficam alguns meses em treinamento antes de começarem a analisar projetos.
A secretaria também se reúne quinzenalmente com entidades do setor de construção civil e urbanistas de Campinas para discutir as mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo do município. Sílvia explicou que a legislação, que tem 35 anos e é permeada por conceitos ultrapassados de urbanização, é um dos principais obstáculos para a aprovação rápida dos projetos. “A lei não reflete em nada a realidade da cidade. Para você ter ideia, ela detalha 32 tipologias construtivas. São muitas subjetividades que confundem arquitetos e engenheiros”, disse.
Segundo Sílvia, muitas vezes chegam à pasta projetos que urbanisticamente seriam bons para o município, mas que não tem respaldo jurídico para aprovar. “Agora estamos trabalhando rigorosamente dentro da lei, defasada ou não. Mesmo que a aprovação demore um pouco mais, o empreendedor terá certeza que a obra não vai ser embargada futuramente”.
A Iguatemi Empresa de Shopping Centers foi procurada para comentar a liberação, mas o grupo não se manifestou por estar em período de silêncio. Nesse tempo, a Instrução de Comissão de Valores, que regula empresas que têm ações na Bolsa, impede que as companhias informem investimentos até a divulgação dos dados de crescimento aos acionistas.