'Chegamos ao limite, agora inviabilizou', disse o secretário de transportes, Sérgio Benassi
Vista aérea do pátio da Emdec, superlotado de veículos: necessidade de abrir mais espaço (Cedoc/ RAC)
O secretário de Transportes de Campinas e presidente da Emdec, Sérgio Benassi, disse na terça-feira (26), em entrevista ao Correio, que se não houver uma “rápida solução” para desafogar o pátio municipal não será possível receber novos veículos.
Ele avaliou como “inviável” o recebimento de mais carros caso não haja resposta do Detran sobre a criação de um novo pátio em Campinas. “E não é problema de má vontade, é físico. Chegamos ao limite, agora inviabilizou. A Prefeitura está com boa vontade desde 1998, agora precisamos da boa vontade dos outros”, declarou Benassi, citando a data quando a Prefeitura iniciou o recolhimento de veículos.
Nesta quarta-feira (27), um leilão será realizado com 626 lotes, sendo 475 motos e 143 carros. O número, no entanto, é ínfimo se levado em conta a quantidade de veículos recolhidos em Campinas, que ultrapassa os 8 mil. Para o secretário, a “sobrevida” do pátio é de menos de 30 dias.
Benassi enfatizou que é preciso a instalação de um novo pátio, mudanças na lei e leilões mensais. “O mutirão de limpeza do pátio é uma necessidade, que se tivesse tido ritmo mais acelerado antes haveria colaborado para evitar esse impasse.”
O pátio municipal, que pertence à Emdec, no Jardim São João, tem uma área de 26 mil metros quadrados e capacidade para abrigar 2,3 mil veículos, apesar de ter mais de 8 mil.
Para minimizar a situação, a empresa reservou nos últimos dois anos uma área de estacionamento de sua sede, na Vila Industrial, para guardar veículos apreendidos, que já são mais de 700.
Também foram iniciadas conversas para criação de um novo pátio em Campinas em parceria entre a Prefeitura, Emdec e governo do Estado.
A Emdec já sinalizou favorável à cessão, por comodato, de um terreno de 70 mil metros quadrados no Distrito Industrial para o Estado, que avalia a criação de pátios regionais. A implantação do novo pátio, segundo Benassi, depende apenas do aval do Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).
“Se demorar aí vamos para um impasse. Não quero trabalhar com essa hipótese, mas não quero esconder que qualquer retardamento, por qualquer motivo, justo ou injusto para uma solução, que ficará impossível de receber mais carros a curtíssimo prazo.”
Em nota, o Detran informou que os veículos de responsabilidade do departamento no pátio de Campinas representam 34%. Os demais estão envolvidos em processos judiciais e são de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Informou também que as reuniões para uma possível parceria com a Prefeitura devem continuar.
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Secretário diz que adotará medida se não houver solução para a superlotação