Em reunião da RMC, secretário diz que apenas 10% dos projetos prometidos não deslancharam
Presidente da RMC, Milton Serafim, e o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita (Karina Folegatti/Divulgação)
Os prefeitos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) recuaram e não cobraram do governo do Estado um cronograma para os investimentos ainda não realizados na chamada Agenda Metropolitana, um conjunto de obras e ações anunciadas em novembro de 2011 pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os prefeitos ficaram sem ação depois de ouvir a prestação de contas feita ontem pelo secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, apontando que apenas 10% da agenda ainda não deslanchou.“Em um ano e meio conseguimos chegar a 90% de execução, é uma performance que, para o poder público, é exemplar”, disse Mesquita. O presidente da RMC, Milton Serafim (PTB), justificou a ausência de debate pelo fato de os prefeitos não terem concluído o levantamento dos estágios em que se encontram as obras em suas cidades. “Na próxima reunião (que ocorrerá em um mês) teremos esse levantamento e vamos cobrar um cronograma de implantação do que ainda não saiu do papel”, afirmou.Mesquita informou que muitas obras que ainda não deslancharam estão em fase de projeto ou à espera de alguma decisão dos prefeitos, caso por exemplo, do Teatro Carlos Gomes que será construído no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim. A verba de R$ 70 milhões está autorizada, mas falta a Prefeitura entregar os projetos. A previsão é licitar este ano e concluir o teatro no final de 2015. O recapeamento da pista entre Santa Bárbara d’Oeste e Iracemápolis (R$ 46.3 milhões) está em fase de elaboração de projeto, com previsão de licitação em outubro, da mesma forma que a duplicação da Rodovia Miguel Melhado entre Vinhedo/Itupeva e Campinas (R$ 90 milhões) cuja obra está prevista para começar em março de 2014. Já a implantação do trevo na Estrada dos Amarais, no Km 142,4, em Campinas (R$ 24,6 milhões) foi postergada em um ano por causa de uma ação do Ministério Público Federal, que impôs restrições em relação à vegetação da Fazenda Santa Genebra e áreas públicas com permissão de uso.Também não saiu ainda a extensão do Corredor Noroeste até Santa Bárbara d’Oeste. Com custo previsto de R$ 144,5 milhões, a obra já tem dez anos de atraso. A licitação da obra foi publicada no Diário Oficial do Estado no sábado.Na área de Segurança, o governador anunciou em 2011 a implantação de mais uma delegacia seccional de polícia em Campinas. Problemas na localização de um imóvel acabaram adiando a implantação, mas um contrato de locação será assinado nos próximos dias. O imóvel passará ainda por adaptações para abrigar a seccional.Sistema de monitoramento será comprado em conjunto Os prefeitos fizeram as contas e concluíram que com R$ 12 milhões liberados pelo Fundo Metropolitano de Campinas (Fundocamp) não vai dar para implantar os sistemas de monitoramento nas entradas e saídas das cidades e aprovaram ontem proposta do presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC), Milton Serafim (PTB), de comprar, em bloco, os programas e sistemas necessários, para baratear os custos. “Se cada cidade comprar um programa, corremos o risco de não conseguir acessar as informações como desejamos, com um software que não fala com outro”, afirmou. Os R$ 600 mil que cada cidade tem direito será insuficiente, e por isso os prefeitos aprovaram a revisão da proposta. Algumas cidades já instalaram o sistema, mas ainda são poucas. Ter integração, disse Serafim, é essencial. “Com essa interligação ampliamos a abrangência das ações e começamos, de fato, a formar na RMC e com cidades de outras regiões metropolitanas, um sistema inteligente e eficaz de videomonitoramento e de troca de dados, focado essencialmente na estruturação de ações de combate à criminalidade”, afirmou. Para ele, a união dos municípios poderá formar um cinturão de segurança na RMC. Em Vinhedo, todas as entradas e saídas da cidade são monitoradas, desde 2011, pela Prefeitura por meio de câmeras, que reconhecem veículos considerados suspeitos ou empregados em práticas delituosas ao captar imagens em tempo real nos locais em que haja as câmeras. Os dados coletados são automaticamente enviados para registro e acompanhamento do Centro de Inteligência, Comunicação e Monitoramento (Cicom), operado pela Guarda Civil Municipal. Serafim disse que Vinhedo está com o sistema interligado aos de Itatiba, Jundiaí e Indaiatuba e que está integrando também aos das cidades de Americana e Monte Mor.