PANDEMIA

Prefeito pode intervir na rede privada

Jonas não descarta interferir nos hospitais particulares se houver necessidade de obter mais leitos

Maria Teresa Costa
12/06/2020 às 07:55.
Atualizado em 29/03/2022 às 08:34
A taxa de ocupação de leitos SUS da rede municipal, ontem, foi de 100%, e na rede privada, de 62% (Cedoc/RAC)

A taxa de ocupação de leitos SUS da rede municipal, ontem, foi de 100%, e na rede privada, de 62% (Cedoc/RAC)

O prefeito Jonas Donizette (PSB) afirmou ontem que não descarta a possibilidade de intervir em hospitais privados para requisição de leitos e insumos necessários aos doentes da Covid-19, se houver resistência em disponibilizar os serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS). O decreto de calamidade pública, aprovado pela Assembleia Legislativa, e a lei de licitações preveem essa possibilidade. Jonas disse também que as unidades de pronto atendimento (UPAs) também poderão receber pacientes que esperam leitos de UTI, se necessário. Até agora, afirmou o prefeito, isso não foi necessário, porque a rede particular tem sido parceira no processo de dotar a cidade de leitos de UTI e retaguarda necessários ao atendimento de pacientes do Sistema Único. A Prefeitura, desde o início da pandemia, vem contratando leitos privados para evitar o colapso do sistema hospitalar público, informou. A taxa de ocupação de leitos de UTI, ontem, nas redes pública e privada, foi de 82,35% — a de leitos SUS municipal foi de 100%, a maior até agora. A taxa dos leitos estaduais no AME e Unicamp foi de 83% e na rede privada se manteve em 62% em relação à terça-feira. O secretario de Saúde, Carmino de Souza, informou que as contratações são amigáveis, com engajamento da rede privada. “Temos uma rede muito solidária”, disse o secretário. Um dos exemplos citados por ele foi a cessão, pelo Hospital Samaritano, de dois leitos de UTI, sem custo, para o Município. “Só entraremos em hospitais com requisição de leitos se houver necessidade. Se isso ocorrer, a Prefeitura pagará por eles”, afirmou o prefeito. Jonas disse que, se houver necessidades, também poderá recorrer às Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para internar pacientes que aguardam leitos de UTIs. As unidades, informou o secretário de Saúde, estão preparadas para isso. “Temos unidades de estabilização e manutenção de pacientes que podem receber pacientes por algumas horas. Ainda não enviamos para a UPA Carlos Lourenço, mas ela está preparada para entubar e manter os mesmos cuidados e estabilizar o paciente”, disse. Em live, ontem, Jonas anunciou a incorporação de mais leitos para atendimento de pacientes com Covid-19. Foram abertos 18 de retaguarda no Hospital de Campanha para pacientes sintomáticos que não necessariamente precisam de hospital e nos próximos dias outros serão incorporados. Além disso, em UTIs, haverá mais sete na Beneficência Portuguesa, 15 no Hospital Metropolitano e dez na Santa Casa, com a adição de 32 leitos equipados e com profissionais treinados. Ontem, o governo do Estado enviou 20 respiradores para Campinas e o Ministério da Saúde mais 15, que chegam nesse final de semana. Esses 35 equipamentos ficarão como reserva na Rede Mário Gatti, para serem utilizados na medida da necessidade. Na próxima semana, informou o secretário, 89 leitos de UTI serão incorporados — 6 na Beneficência Portuguesa, 28 no Hospital Metropolitano, 30 no Hospital de Campanha, 12 na Casa de Saúde e 13 na Santa Casa. “Estamos triplicando a oferta de leitos”, afirmou. Além disso, a Unicamp deve acrescer 18 leitos, que já estão habilitados, e poderão iniciar a operação também na próxima semana.

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