Segundo Jonas Donizette, não há ação comprovada de eficácia, e a introdução pode gerar problemas futuros
Coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12) sobre a situação da dengue em Campinas e sobre ações de combate à doença ( Janaína Ribeiro/ ANN )
O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, descartou na tarde desta quinta-feira (12) a possibilidade de usar mosquitos transgêneros para o combate a proliferação do Aedes Aegypt. Segundo ele, não há ação comprovada de eficácia, e a introdução pode gerar problemas futuros. "Por isso precisamos agir para o mosquito não proliferar, evitando criadouros do mosquito", disse. O mosquito transgênero macho é geneticamente modificados para cruzar as fêmeas selvagens, e os descendentes morrem antes de chegar a vida adulta.A afirmação foi feita durante lançamento cartilhas de educação sobre a dengue para escolas municipais. Esses mosquitos modificados não picam os humanos, e que colaboram para reduzir radicalmente a população dos insetos transmissores da doença. Uma empresa inglesa de biotecnologia produz esse tipo de mosquito, em uma unidade produtiva no Technopark, em Campinas.Na fábrica de "ovos transgênicos" , uma proteína chamada tetraciclina (inofensiva e não tóxica) é usava para a modificação das larvas, que crescem defeituosas. Na natureza, os machos transgênicos cruzam com as fêmeas selvagens, e a inseminação gera descendentes que morrem antes de chegar à fase adulta. Essa semana, uma polêmica envolvendo a introdução dos mosquitos transgêneros foi levantada em Piracicaba, que adotou a medida para diminuir a quantidade dos transmissores da dengue e da febre chikunguya. O bairro escolhido para o projeto-piloto é o Cecap, que tem em torno de 5 mil habitantes e apresentou 17 casos de dengue desde o início deste ano. A Prefeitura iniciou um processo de orientação aos moradores, para que eles entendam que esses insetos não picam humanos. Panfletos também foram distribuídos.CartilhasA Prefeitura de Campinas lançou hoje cartilhas para distribuir aos alunos da rede municipal de ensino com passatempos e jogos lúdicos sobre a dengue e as medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. São 52 mil exemplares, distribuídos para os ensino infantil, fundamental e Ensino de Jovens e Adultos (EJA). A partir de sexta-feira (13) essas cartilhas começam a ser distribuídas.Segundo a secretária de Educação, Solange Pelicer, o material foi criado em parceria com a Secretaria de Saúde, durante o segundo semestre do ano passado. "O mais importante é que colocamos as ação, tanto de educação e prevenção, no projeto pedagogíco, válido até 2017", disse. Ela afirmou que as crianças são replicadoras da informação e agentes fundamentais para combater a doença.MultaO prefeito Jonas Donizette afirmou que deve sancionar, até hoje, a lei aprovada pela Câmara de Campinas que impõe multa aos proprietários de imóveis que não manterem limpos os imóveis, e são possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue. O projeto foi aprovado em 2ª discussão na quarta-feira (11) e determina multa de R$ 27,9 por metro quadrado do terreno para os proprietários de imóveis desocupados da cidade que não recebam a devida limpeza e preservação.