Orestes Previtale faz alerta após novo caso suspeito na cidade
Agentes de Saúde fazem controle do mosquito Aedes aegypti em bairro de Valinhos: apreensão (Divulgação)
O prefeito de Valinhos, Orestes Previtale (PMDB), fez um apelo após a cidade registrar mais um caso suspeito de febre amarela. Terça-feira, um homem de 41 anos foi internado em estado grave no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Este é o sexto caso suspeito no município. Duas mortes foram confirmadas neste mês em Valinhos. Um dos casos é de febre amarela silvestre e o outro está em investigação, já que o paciente morava na área urbana. “Eu faço um pedido à população: vacine-se e cuide de seu quintal, dos arredores e atenda o agente de saúde. Essa é uma doença grave que leva à morte”, disse o prefeito em coletiva à imprensa na manhã de quarta-feira. O homem mora no bairro Chácaras Alpinas e começou a passar mal no dia 24. Ele foi medicado e orientado a aguardar em casa, mas terça-feira voltou a passar mal e foi transferido para o HC após buscar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Segundo a diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), Cláudia Maria dos Santos, o que assusta nesse caso é que se trata de uma área rural e, além disso, este paciente é vizinho da primeira vítima que morreu na cidade em razão da febre amarela. “A primeira vítima fatal, de 49 anos, morava no Jardim Pinheiros, mas tinha uma chácara ao lado deste homem que agora está com suspeita da doença”, explicou Cláudia. Após o registro do caso suspeito, a Prefeitura começou quarta-feira a fazer imunização casa a casa no Chácaras Alpinas. Três Unidades Básicas de Saúde (UBS) estendem o horário de vacinação quinta-feira e sexta-feira e um mutirão para vacinar a população ocorrerá no sábado. De acordo com a diretora da DVE, o paciente internado no HC pode precisar de transplante de fígado, o que vai depender da evolução do quadro médico dele, dada a gravidade da doença. “Ele teve doença viscerotrópica, que atinge rins e fígado. Por causa disso a gente acha que é fortemente suspeito para febre amarela. Essa é uma das características da febre amarela”, disse Cláudia. A segunda morte, anunciada na última segunda-feira, está em investigação para determinar se o caso é silvestre ou urbano — quando o mosquito transmissor é o Aedes aegypti, que tem maior circulação em áreas urbanas. A febre amarela é transmitida no Brasil principalmente por mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Para esta investigação, foram recolhidas amostras de mosquitos no Jardim Pinheiros, bairro onde a segunda vítima morava. A análise é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). O resultado está previsto para sair em 30 dias. Neste período, a Prefeitura realizará mutirões de limpeza e de vacinação. “É importante que os moradores do Chácaras Alpinas previnam. Como a vacina tem um prazo de 10 dias para surtir efeito, é necessário que as pessoas usem repelentes, tela em casa, usem blusas de manga e calças para a capinação. Tem que tomar todo o cuidado para não ser picado por mosquitos”, orientou a médica infectologista, Laura Lagôa Nóbrega. Ao menos 64.369 pessoas foram vacinadas, o equivalente a 51,9% da população. O número se refere ao período de 2007 a 24 de fevereiro de 2018. No entanto, segundo o prefeito, uma grande campanha realizada entre 2000 e 2017 imunizou 66 mil pessoas. “Nós sabemos que faltam muitas pessoas e a gente faz um apelo principalmente para os homens, que têm medo de agulha, virem vacinar”, disse a diretora da Vigilância em Saúde, Carina Missaglia.