Em São Paulo o imposto referente ao ICMS será de R$1,25 por quilo no botijão
Custo do botijão de gás de 13 kg para entrega na residência, dependendo da revenda, faz com que o preço varie entre R$ 110,00 e R$ 115,00 (Rodrigo Zanotto)
O novo reajuste de preço no botijão de gás de cozinha anunciado na última segunda-feira, dia 1, feriado do Dia do Trabalho, pegou de surpresa os consumidores em Campinas. A alteração ocorreu devido ao impacto da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com expectativa de aumento médio de R$3,62 por botijão de 13 kg ao consumidor.
Anteriormente, o gás de cozinha e o diesel eram reajustados pelos estados que aplicavam o percentual de imposto sobre cada um deles. A partir de agora, o valor cobrado será único em todo o país. No caso do gás de cozinha, o imposto estadual será de R$ 1,25 por quilo e os preços dos botijões devem passar de R$ 105,00 para, em média, R$ 108,00.
De acordo com cálculos do Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo), que representa as distribuidoras do setor, o aumento médio do imposto será de 11,9%.
A reportagem do Correio Popular ouviu algumas revendedoras e distribuidoras de gás de cozinha em Campinas e, apesar dos valores cobrados ainda não conterem os reajustes, os consumidores já estão antecipando as compras.
Alfredo de Souza, morador do bairro São Gabriel, aproveitou o preço antigo cobrado nas revendedoras e comprou três botijões de uma vez. “Eu vi a reportagem sobre o aumento e corri para comprar e dei sorte. Os preços aqui não estão com o aumento anunciado, apesar de estar bem caro do mesmo jeito, porém resolvi comprá-los antes, o que é uma boa economia”, completa o morador.
Segundo a funcionária de uma revendedora, Karina Grécia, os reajustes ainda não foram aplicados, mas devem ocorrer durante a semana. “Alguns clientes que nos procuram perguntando sobre o aumento que souberam pela imprensa ou nas redes sociais. Por enquanto, o valor cobrado é o antigo, cerca de R$ 100,00, mas certamente durante a semana o reajuste deve chegar ao consumidor”, diz Karina. Outra diferença importante e que pesará no bolso do consumidor são os valores cobrados pelas revendedoras nas entregas de botijões. Das quatro distribuidoras do gás de cozinha consultadas, os preços variam entre R$ 10,00 e R$ 15,00, o que após o reajuste, poderá chegar a R$ 20,00 por entrega.
O professor e economista das Faculdades de Campinas (Facamp), José Augusto Ruas, esclarece a diferença dos aumentos praticados em 2022 para essa alteração na alíquota do ICMS. “Ano passado, quando os preços de combustíveis e do gás de cozinha subiam devido às alterações dos valores de petróleo no mundo, a política da Petrobras naquele momento era o repasse imediato para o consumidor doméstico. Já a política do governo foi desonerar os impostos federais e reduzir o ICMS cobrado pelos estados”, alerta o economista.
Ruas, explica que o valor aplicado desde primeiro de maio é único em todos os estados e não é percentual do preço, e sim um valor fixo de quantidade do produto. “Ontem (segunda-feira) essa operação de cobrança iniciou sobre o gás de cozinha e o diesel, mas em julho iniciará sobre a gasolina. A vantagem dessa tarifa é ser fixa, por exemplo, quando se aumentar a gasolina não haverá mais variações nos valores por litro de combustível. Nesse caso, o tributo cobrado não é próinflação, nem para cima e nem para baixo, ele vai funcionar com estabilizador de preço.”
“A médio prazo, a tendência é o preço do botijão de gás variar menos, o que de imediato impactará por terá aumento real no bolso do consumidor e com a gasolina no mês de julho essa discussão voltará com toda a força. Mas lembrado, que será um aumento de tarifa única, sem variação.” O economista finaliza considerando que o impacto de reajustes de preço para o consumidor nesse momento, será compensado ao longo do tempo com uma maior estabilidade do preço.