José Antônio da Silva foi arremessado para fora do ônibus que caiu
Kelly Fidêncio, mulher do porteiro morto: "Era um trabalhador" ( Carlos Sousa Ramos/AAN)
Inaê MirandaPatrícia AzevedoO porteiro José Antônio da Silva, de 45 anos, morador do Jardim São Paulo, estava no ônibus que caiu ontem no Viaduto Cury, indo para o trabalho, quando houve o acidente. Ele foi arremessado para fora do coletivo, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Outras 19 pessoas ficaram feridas. De acordo a mulher de Silva, Kelly Cristina Fidêncio, ele trabalhava na empresa havia nove meses e saía todos os dias de casa por volta das 4h30 rumo ao trabalho. A vítima costumava pegar o ônibus da linha 1.17. Nos dias da folga, o porteiro fazia hora extra para aumentar a renda da família. “Era um homem muito trabalhador”, disse Kelly.Ela contou que soube do acidente assim que chegou ao trabalho, em um supermercado da cidade. “O meu amigo perguntou se eu sabia do acidente com um ônibus e quando ele falou o número da linha lembrei que era aquela que o meu marido sempre pegava. Liguei no celular dele e não atendia, liguei no trabalho dele e disseram que ainda não tinha chegado. Achei estranho porque ele era muito pontual. Então decidi ir atrás e soube que ele tinha morrido no acidente.”José Antônio deixou os filhos Vitória Caroline Fidêncio da Silva, de 11 anos, Kelvin Vristian Fidêncio da Silva, 14 anos, Bruno Arantes Fidêncio da Silva, 16 anos, e Douglas Henrique Fidêncio de Jesus, 19 anos. “Os pequenos ainda não sabem do acidente. Não sei como vou dar a notícia para eles. Perdemos um ótimo pai, um ótimo marido, um homem trabalhador”, disse. O enterro de Silva está previsto para às 10h30 de hoje no Cemitério da Saudade, em Campinas. PânicoPassageiros do ônibus que fazia a linha 1.17 relataram momentos de pânico durante o acidente de ontem, no Centro de Campinas. Quando a queda ocorreu, ainda estava escuro e muitos passageiros se desesperaram. “Havia muita gritaria, as pessoas estavam desesperadas, pedindo socorro”, contou o vigilante Dênis Correia da Silva.Segundo ele, muitos dos feridos estavam confusos e sujos de sangue. “Nunca vi uma coisa igual”, contou. Silva disse que o motorista do coletivo não dirigia em alta velocidade no momento do acidente e não soube precisar o que teria feito ele perder o controle da direção e mergulhar no viaduto.“Houve uma freada de repente e primeira parte a cair foi a do fundo”, narrou. Ele sobreviveu sem ferimentos porque estava na frente do veículo.