TRANSTORNOS

População é pega de surpresa por greve relâmpago de motoristas

Condutores de Campinas e Valinhos paralisaram as atividades por 2 horas

Thiago Rovêdo/ [email protected]
01/12/2022 às 22:49.
Atualizado em 02/12/2022 às 08:04
Passageiros do Terminal Ouro Verde foram surpreendidos com uma greve de motoristas (Kamá Ribeiro)

Passageiros do Terminal Ouro Verde foram surpreendidos com uma greve de motoristas (Kamá Ribeiro)

Parte da população de Campinas e Valinhos ficou, por cerca de duas horas, sem o transporte público coletivo na manhã de quinta-feira (1º). O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e região promoveu uma paralisação nas duas cidades por falta de reajuste nas remunerações, que não ocorrem há um ano e meio.

Em Campinas, a greve aconteceu nas linhas da empresa VB1, que atende a região do distrito do Ouro Verde - a maior em população da cidade e prejudicou cerca de 25 mil usuários. Os ônibus só começaram a sair das garagens por volta das 6h. Em Valinhos, todos os ônibus da SOU também ficaram parados na garagem até por volta das 6h.

De acordo com a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), uma manifestação de um grupo de motoristas da empresa VB1 paralisou parcialmente a operação do transporte público, impactando 58 linhas operadas pela empresa entre 4h e 6h. "O ato foi inesperado e a situação foi totalmente normalizada ainda pela manhã. Os usuários voltaram a ser atendidos gradualmente a partir das 6h. A Emdec lamenta que a reivindicação salarial tenha reflexos e prejuízos aos usuários do sistema e vai adotar as medidas judiciais cabíveis", informou através de nota oficial.

A Administração também ressaltou que para minimizar os transtornos aos usuários e garantir a prestação do serviço, a Emdec conta com o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese), que consiste no remanejamento de ônibus de outras empresas para suprir as linhas impactadas.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) foi procurado e informou que foi pego de surpresa, porque que as negociações de reajuste salarial com a atual diretoria recém-empossada estavam sendo realizadas de um processo, até então, considerado normal e que as mesmas não haviam se encerrado.

"Que, mais uma vez, em pleno andamento de um processo de negociação e sem qualquer aviso prévio, conforme estabelecido em legislação vigente, os sindicalistas interferiram na operação de uma concessionária. Um ato intempestivo e irresponsável trouxe prejuízo a pelo menos 25 mil pessoas no dia de hoje. O SetCamp entende que a manutenção do diálogo, sem prejuízo à população e à comunidade é o melhor caminho", disse através de nota oficial.

A Prefeitura de Valinhos apenas confirmou que ocorreu a paralisação, A SOU Valinhos foi procurada, mas disse que não iria se pronunciar. A reportagem não obteve retorno quando pediu dados sobre quantidade de ônibus parados e quantos moradores foram afetados.

População

A vendedora Edilaine Valéria da Silva, de 51 anos, contou que, por conta do horário que trabalha, conseguiu pegar o ônibus e não teve problemas na quinta-feira (1), mas ela acredita que em situações assim somente a população sai prejudicada. "Acho que as pessoas têm mesmo que lutar por melhorias, mas prejudica a população. Quando eu cheguei, já tinha começado a rodar, mas e se não tivesse? Não tenho condições de ficar pagando uber e trabalho como autônoma. Se eu não for trabalhar, não ganho o dia", disse.

Trabalhador na área de carga e descarga do Aeroporto Internacional de Viracopos, Walison Dias, de 27 anos, não teve a mesma sorte e teve que esperar por quase três horas. "Eu pego quase o primeiro ônibus do dia no Jardim Melina, mas ele não passou. Só fui conseguir trabalhar às 7h. Eu apoio a busca por melhores condições, mas acho que tem que ser avisado antes para ninguém ficar prejudicado", afirmou.

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