LINHA FÉRREA

População discute impacto de obras em nascentes e mata

Proprietários se reuniram com representantes de Viracopos para esclarecer possível desapropriação do Sítio São José

Kátia Camargo
21/07/2013 às 09:52.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:05

Cerca de 50 proprietários e moradores da área rural localizada nas imediações da Estrada do Fogueteiro, próximo ao Aeroporto Internacional de Viracopos, reuniram-se ontem pela manhã com membros das empresas Viracopos Aeroportos Brasil e Walm – Engenharia e Tecnologia Ambiental e do Consórcio Construtor Aeroportos para esclarecer a possível desapropriação do Sítio São José – um trecho da propriedade seria usado para construção de um desvio da linha férrea. Também foram discutidos os problemas que a população tem enfrentado por conta das obras, como falta de linhas de ônibus, necessidade de melhorias na estrada, invasão de casas desapropriadas e ausência de sinalização em estradas e lombadas. Como alguns pontos ficaram em aberto, outra reunião será agendada para o início desta semana.

O mapa exibido pelos representantes do aeroporto campineiro mostrou que a área pela qual passará a linha férrea está dentro do sítio aeroportuário. Portanto, não deverão ser desapropriados novos locais, como era cogitado pela população do bairro. Mesmo assim, se o traçado seguir o planejado poderá afetar diretamente nascentes, matas fechadas e árvores centenárias. Por isso, representantes da região buscam negociar possíveis mudanças no traçado da construção.

O projeto gerou desconforto entre os moradores, que alegaram desconhecer detalhes das obras. “Não tinha noção que impactaria tanto a mata e as nascentes. Como vivemos aqui e estamos inseridos no cotidiano, temos muito para contribuir com as obras, na tentativa de preservar o meio ambiente. É isso que queremos negociar com os responsáveis, não temos a intenção de impedir o progresso. A comunidade quer participar do projeto sobre o ponto de vista ambiental”, destacou o proprietário do Sítio São José, José Xavier Abacherly. Os representantes do aeroporto afirmaram que pretendem contar com o apoio da população para mapear as nascentes, evitando maiores impactos à natureza. Disseram ainda que o projeto não está fechado, sendo possível pensar em mudanças e adaptações.

Proprietário de um dos sítios que foram desapropriados, Fábio Ming informou que agendou uma reunião no Ministério Público para o dia 29 de julho. O objetivo é tentar resolver questões que afetam diretamente o bem-estar da comunidade. Segundo ele, a desapropriação provoca incertezas nas pessoas e isso gera insegurança. “Vamos checar todos os nossos direitos e deveres no Ministério Público”, comentou.

Outros pontos debatidos na reunião envolveram a manutenção da estrada. “Há mulheres que atravessam trechos com os filhos dentro da tubulação. Isso é muito perigoso”, contou um dos moradores. Sobre a situação da via, os representantes de Viracopos disseram que tomarão as providências para tentar sanar o problema. Sobre a sinalização e necessidade de mais segurança na via, a empresa disse que depende da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec).

Até o fechamento desta edição, a reportagem não havia conseguido contato com a assessoria de imprensa da Emdec.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por