PROGRAMA ESTADUAL

População de baixa renda terá subsídio para comprar imóvel

Casa Paulista vai beneficiar nove cidades da RMC com aporte de R$ 13 mil por unidade

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
28/07/2023 às 09:56.
Atualizado em 28/07/2023 às 09:56
Sem o auxílio financeiro do governo do Estado, apenas grupos familiares com renda em torno de R$ 4 mil, valor proporcional a três salários mínimos, poderiam comprar imóveis nos mesmos empreendimentos (Rodrigo Zanotto)

Sem o auxílio financeiro do governo do Estado, apenas grupos familiares com renda em torno de R$ 4 mil, valor proporcional a três salários mínimos, poderiam comprar imóveis nos mesmos empreendimentos (Rodrigo Zanotto)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem nove municípios beneficiados com o lançamento do programa Casa Paulista, que prevê a liberação de R$ 258,1 milhões para todo o Estado em subsídios para a compra de imóveis novos pela população de baixa renda, com ganho familiar de até R$ 2,4 mil, o equivalente a 1,82 salário mínimo. O programa atenderá pessoas que não foram contempladas por outros programas habitacionais.

Na RMC, os recursos serão destinados para 1.524 imóveis, que representam 7,62% das 20 mil unidades habitacionais em todo o Estado de São Paulo. Com 398 imóveis, Campinas é a cidade da região que terá o maior número de unidades atendidas e a sexta no Estado.

Também serão beneficiados empreendimentos imobiliários em Hortolândia, Itatiba, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré e Valinhos. Na Região Metropolitana, o subsídio habitacional é de R$ 13 mil por unidade.

Os imóveis foram cadastrados pelas construtoras e incorporadoras junto à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação e todos os municípios onde eles estão instalados foram atendidos. A estimativa da pasta é que o Casa Paulista promoverá R$ 274,32 milhões em investimentos e gerar cerca de 5 mil empregos diretos, indiretos ou induzidos na RMC nos próximos 12 a 24 meses.

“O programa Casa Paulista tem a possibilidade de fazer uma modificação no painel habitacional de São Paulo. Começamos a chamar os empreendedores e passamos a priorizar as cidades com muitas áreas de risco e déficit habitacional mais acentuado”, afirmou o secretário estadual de Habitação, Marcelo Branco.

A família a ser atendida não precisa se inscrever. Basta visitar os empreendimentos cadastrados, com o subsídio sendo automaticamente liberado ao fazer a aquisição. Os projetos previstos no programa podem ser consultados no site da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação – www.habitacao.sp.gov.br. A análise de crédito e aprovação do financiamento é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal.

REFLEXOS

Sem o aporte do governo do Estado, apenas grupos familiares com renda em torno de R$ 4 mil, valor proporcional a três salários mínimos, poderiam comprar imóveis nos mesmos empreendimentos, segundo cálculos da Secretaria Estadual de Habitação.

Uma construtora lançará ainda este ano oito empreendimentos em cidades da Região Metropolitana de Campinas e Grande São Paulo. Os projeto somam 3.073 unidades e R$ 740 milhões em vendas, o que dá um valor médio por unidade de R$ 240 mil. Os apartamentos voltados para o público de baixa renda têm entre 33 e 44 metros quadrados, com um ou dois dormitórios.

“Nossa estratégia é segmentar o nicho econômico, atuando com produtos voltados para três públicos diferentes: aqueles que procuram o primeiro imóvel, famílias que buscam algo econômico, mas com lazer completo, e a classe média que procura lazer completo aliado ao bom acabamento. Com isso, atendemos uma bela fatia do mercado”, afirmou o CEO da construtora, André Leitão.

Atualmente, a empresa, sediada em Campinas, tem 17 empreendimentos em andamento, correspondendo a cerca de 6 mil unidades habitacionais. Nos próximos cinco meses, a empresa entregará edifícios residenciais em Campinas, Hortolândia e Paulínia. Eles fazem parte de um pacote de investimentos de construção de 2.804 unidades habitacionais em seis cidades – as outras são Sorocaba e Praia Grande, ambas em São Paulo, e Extrema-MG.

“Não existe política habitacional para baixa renda sem o envolvimento do poder público de forma profunda. Programas como este oferecem a oportunidade de acesso à casa própria para pessoas que não conseguiriam fazêlo sem auxílio público, sem subsídios”, disse o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais do Estado de São Paulo (Secovi-SP), Rodrigo Luna.

Ele manifestou a expectativa pela ampliação do Casa Paulista. “Estamos colocando famílias com renda média de R$ 2,4 mil no mercado”, afirmou o secretário estadual da Habitação. De acordo com ele, o programa beneficia população que hoje reside em áreas de risco, comunidades ou submoradias. “Nos puxamos a demanda das cidades onde há um déficit habitacional mais acentuado, ou seja, localidades onde têm favelas ou habitações subnormais”, afirmou Marcelo Branco.

O PROGRAMA

A primeira fase do Casa Paulista prevê R$ 258,1 milhões em subsídios a serem liberados pelo governo, que atenderão 67 municípios do Estado. A projeção é promover R$ 3,6 bilhões em investimentos, que devem gerar cerca de 66 mil empregos diretos, indiretos e induzidos durante as obras.

De acordo com a Secretaria Estadual de Habitação, o número de moradias disponibilizadas para cada cidade seguiu critérios de prioridades. Entre eles, quanto maior o número de domicílios em área de risco e de sub-habitações, maior o número de unidades habitacionais disponibilizadas.

A cidade de São Paulo liderou o ranking dos municípios beneficiados. A capital teve 5.831 imóveis incluídos no programa, além de ter o maior subsídio liberado, R$ 16 mil por unidade. A segunda cidade a ter o maior número de imóveis integrantes do Casa Paulista é Ribeirão Preto, com 1.686, com o valor do subsídio sendo o mesmo da Região Metropolitana de Campinas.

A terceira posição na listagem é ocupada por São José do Rio Preto, com 870 moradias. Para a Região Administrativa (RA) de Campinas, que engloba 90 municípios, o programa prevê subsídios para 3.290 imóveis. Além das cidades da RMC, outras nove cidades foram contempladas: Piracicaba (768), Limeira (87), Araras (237), Cabreúva (272), Jundiaí (19), Mogi Guaçu (36), Pirassununga (82), Rio Claro (85) e São João da Boa Vista (180).

“A gente vai descomprimindo, vai baixando o aluguel, aumentando a oferta e proporcionando o sonho da casa própria para quem ganha pouco”, afirmou o governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). “Pessoas que, do contrário, sem o suporte do Estado, não teriam condição de acessar esses empreendimentos”, completou.

NOVO FEIRÃO

A Companhia de Habitação Popular (Cohab) de Campinas sediará o 2º Feirão Casa Paulista no próximo dia 19 de agosto, das 8h às 16h. O evento oferecerá subsídios de R$ 13 mil a 350 famílias cadastradas na empresa de economia mista que tenham interesse em adquirir O primeiro imóvel no evento. No total, serão mais de R$ 4,5 milhões em subsídios.

Durante o feirão, serão oferecidos reduções no valor dos imóveis de até R$ 78 mil, somando os subsídios e descontos da construtora. Para pleitear, a renda familiar do comprador deve ser a partir de R$ 2.800,00. O processo é sujeito à aprovação da Caixa Econômica Federal (CEF). O feirão será na sede da Cohab, na avenida Prefeito Faria Lima, nº 10, no Parque Itália.

No primeiro feirão realizado em junho, mais de três mil pessoas circularam pelo evento. Ao todo, mil foram atendidas e pelo menos 50 vendas foram concretizadas. O secretário de Habitação e presidente da Cohab Campinas, Arly de Lara Rômeo, afirmou que a compra de um imóvel vai além de ter um patrimônio que se valoriza com o tempo. “Reflete também na segurança do dia a dia de quem não quer mais viver de aluguel”, disse.

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