Somados, os municípios que compõem a região fabril já eliminaram 7.897 vagas de emprego até agora
Imagem de um tempo de maior prosperidade: atividade industrial no segmento de tecidos também inclui as cidades de Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d?Oeste e Sumaré (LEANDRO FERREIRA)
O Polo Têxtil de Americana, que também inclui as cidades de Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d?Oeste e Sumaré, perdeu cerca de um quinto das suas fábricas de matérias-primas entre os anos de 2012 e 2016, conforme informou no início do mês, em entrevista coletiva, os sindicatos patronais Sinditêxtil e Sindivestuário. Ao todo, a região foi responsável pelo fechamento de 117 unidades (34 somente entre os anos de 2015 e 2016), caindo de 657 fábricas para 540. Somados, os municípios ainda eliminaram 7.897 vagas de emprego durante o período, sendo que em 2016, a queda foi 2,6 mil em comparação com o ano de 2015, o que representa uma baixa de 6,1% do setor. De acordo com os sindicatos, a baixa não esteve restrita somente às cidades da região, já que em todo o Estado de São Paulo, 17% das fábricas têxteis (de matérias-primas) e 13,3% das empresas de confecção (vestuário e cama, mesa e banho) foram eliminadas entre os anos dos governos Dilma e Temer. Segundo os sindicatos, o setor nacional também apresentou redução, de 10,9% no número de unidades fabris. Nesse mesmo período, a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, registrou queda no número de trabalhadores: 930 mil para cerca de 800 mil ? outros 30 mil postos de trabalho também foram fechados. Do total de trabalhadores do setor têxtil e de confecção, este último concentra 80,2% da mão de obra. Segundo o Sindicato das Industrias de Tecelagem, Fiação, Linhas, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fios e Tecidos de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d?Oeste e Sumaré (Sinditec), no comparativo com 2015, a produção têxtil do Polo de Americana registrou um aumento de 3,5%, saltando de 272,4 mil toneladas para 279,4 mil toneladas em 2016. Em contrapartida, os produtos confeccionados apresentaram queda de 9,1%, despencando de 82,6 milhões para 75,1 milhões de peças confeccionadas. Perdas e quedas Na visão de Dilézio Ciamarro, presidente do Sinditec, os números apresentados são expressivos. Ele comenta que o setor sofreu inúmeras perdas e quedas nos últimos anos e que o resultado disso vem comprometendo a produção das atividades. "Uma empresa que fecha já representa uma perda para o setor, para o município, para a cadeia produtiva têxtil, e para os profissionais que são demitidos, então 34 empresas (fechadas entre os anos 2015 e 2016) na região do polo têxtil é um número alarmante", explicou. Para Ciamarro, o setor têxtil vem sofrendo, há alguns anos, com a importação desenfreada de produtos. "É difícil competir com esse tipo de produto, pois as leis ambientais, trabalhistas e os impostos aplicados às indústrias dos países asiáticos são extremamente diferentes e inferiores em relação ao Brasil. No entanto, como já era esperado, temos percebido uma melhora, ainda discreta, neste ano de 2018, mas que nos dá uma expectativa de retomada do crescimento daqui para frente", comentou.