Dois carregadores - semelhantes aos que foram apreendidos em galpão usado pela quadrilha responsável pelo assalto à Protege - foram encontrados na casa de policial
Assalto à empresa Protege causa pânico nesta segunda-feira (14) (Leandro Ferreira/ AAN)
Dois carregadores de fuzil e R$ 5,5 mil em dinheiro foram encontrados na casa de um dos policiais civis do 2º Distrito Policial de Campinas preso em operação do último dia 26. Os artefatos são semelhantes aos que foram apreendidos no dia 18 de março em um galpão usado pela quadrilha responsável pelo assalto na empresa de valores Protege. A operação em que os carregadores foram apreendidos resultou na prisão de seis policiais, suspeitos de extorsão e corrupção. Quatro deles, do 2º DP, eram responsáveis por investigar o caso da Protege.Na casa de outro investigador preso, foram encontrados R$ 410 mil, reconhecidos pela empresa de valores na semana passada. A informação sobre os carregadores foi repassada na última terça-feira, após os quatro policiais e um advogado, que teria atrapalhado as investigações, prestarem depoimentos no Ministério Público. As oitivas dos acusados duraram mais de sete horas e suas defesas negaram os crimes. O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Jandir Moura Torres Neto disse que os policiais não conseguiram explicar a origem dos carregadores. “Mesmo porque é estranho a pessoa ter o carregador sem nenhuma arma para utilizar. Temos todas essas questões sem qualquer esclarecimento”, disse.“Todos os policias que foram presos negaram a participação. Nenhum deles confirmou. E, como não foi apresentado nenhum esclarecimento minimamente plausível deles sobre os fatos, nós ficamos com a atenção bem voltada para a possível participação deles no caso Protege”, completou. Torres Neto explicou também que o prazo do inquérito do caso vence nesta quinta, quando o MP deve decidir se pedirá a prisão preventiva dos policiais detidos — eles estão presos apenas temporariamente. “A partir do que foi obtido com os depoimentos e com as diligências realizadas, a autoridade policial da Corregedoria deve concluir as investigações, encaminhar os atos para o fórum, para nós decidirmos se eles vão ser acusados ou não, e se forem, por quais crimes.” Dinheiro recolhidoOs R$ 410 mil foram reconhecidos pela empresa de transporte de valores Protege como sendo de malotes da Caixa Econômica Federal. A empresa é a única da região que faz o transporte de dinheiro do banco. As notas tinham também danos causados, aparentemente, por armas de fogo. O assalto cinematográfico, em que foram levados R$ 50 milhões, teve tiroteio e explosões.A investigação do assalto ficou a cargo dos investigadores do 2º DP, os mesmos que foram presos na operação contra corrupção policial deflagrada pelo Gaeco e pela Corregedoria da Polícia Civil de Campinas. O fato intrigou o Ministério Público, uma vez que a apuração de crimes desse porte fica normalmente sob a responsabilidade da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Leia Também https://correio.rac.com.br/2016/05/campinas_e_rmc/426441-policiais-presos-com-dinheiro-da-protege-sao-ouvidos.html https://correio.rac.com.br/2016/05/campinas_e_rmc/426325-roubo-de-armas-recoloca-a-seguranca-em-debate.html https://correio.rac.com.br/2016/04/campinas_e_rmc/425676-policia-civil-faz-operacao-focada-no-caso-protege.html