AÇÃO SOCIAL

Policial combate o crime e o câncer

Organização criada por investigador do 4º DP já ofereceu mais de 3,5 mil exames gratuitos

Daniel de Camargo
10/03/2019 às 10:03.
Atualizado em 04/04/2022 às 21:05

Wesley Álvaro Monteiro Aguiar recebeu o título de cidadão campineiro em 17 de agosto de 2018. Aos 64 anos, o mineiro de Belo Horizonte atua como investigador da Polícia Civil no 4º Distrito Policial da cidade, localizado no Taquaral. A honraria concedida a pessoas que prestaram serviços relevantes ao município, entretanto, foi conferida por suas realizações em prol da saúde pública e não especificamente pelos crimes resolvidos. Desde 2008, Aguiar preside a Organização Não Governamental Campinas Contra o Câncer de Mama (CCCM). Por meio da iniciativa e de parcerias com profissionais da área médica, já foram realizados aproximadamente 3,5 mil exames gratuitos. Ao todo foram feitas 1.141 mamografias, 925 ultrassons, 854 exames de raio X e 534 ressonâncias magnéticas. Segundo Aguiar, a ONG foi criada para “promover a saúde, prevenir contra a doença, tratar e fornecer subsídios para o processo de reabilitação das pacientes, visando proporcionar uma qualidade de vida mais digna, resultando inclusive em uma maior autoestima”. As análises e diagnósticos acontecem por meio de mutirões gratuitos. O investigador afirma que o trabalho social desenvolvido é muito mais amplo. “Nós também ajudamos algumas comunidades carentes e outras instituições como a Associação Presbiteriana de Ação Social (Apas), situada no distrito de Sousas. Nesses lugares, realizamos atendimentos bucais nas crianças, bem como a doação de alimentos e palestras”, disse. Aguiar relembra que tudo começou em meados de 2006. Na época, ele foi convidado para ajudar na divulgação de uma caminhada contra o câncer de mama. De acordo com o policial civil, o evento foi um sucesso. Nesse período, ele conheceu alguns professores e alunos da Escola Estadual Professor Adiwalde de Oliveira Coelho, localizada no Taquaral. Após algumas conversas, surgiu o primeiro projeto. Em suma, promover palestras para pais e filhos incentivando a prevenção contra a patologia. A ação rapidamente se propagou para outros colégios Em seguida, a ONG foi instituída e deu-se início à realização dos exames. “As mulheres faziam fila nos postos de saúde. Nossa intenção foi ajudar a desafogar essa demanda, porque o poder público não supria, na oportunidade, e continua não suprindo rapidamente essa necessidade”, afirmou. Aguiar recorda que logo após o início dos mutirões, a população passou a pedir socorro também em outras especialidades médicas. Aguiar frisa que os números alcançados não seriam possíveis sem a parceria com médicos e outros profissionais da saúde, que abrem mão do retorno financeiro e investem tempo na causa. “Eles atendem a população com um sorriso estampado no rosto”, elogia. Entre os especialistas que integram esse ‘time do bem’ estão cardiologistas, fisioterapeutas, ginecologistas, pediatras, entre outros. “A ONG não recebe nenhum aporte financeiro da Prefeitura ou do Estado. Só temos sede para efeito de cadastro no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)”, comenta. Algumas empresas, porém, contribuem arcando com o custo de camisetas e doando frutas, entre outros, para eventos como caminhadas. O trabalho desenvolvido contempla ainda, conforme o inciso V do artigo II do estatuto da ONG, a atribuição de “levar informação de cunho jurídico dando ênfase aos direitos da mulher acometida pelo câncer de mama”. Para tal, há uma parceria com advogados, que também cooperam de forma voluntária na assistência jurídica.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por