Policiais civis entregam reivindicações na Câmara

Campinas foi palco de uma manifestação em nível estadual da Polícia Civil ontem. Mais de 300 agentes de 54 delegacias seccionais, da Capital e da Grande São Paulo, realizaram uma passeata pelo Centro em direção à Câmara. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, principalmente contratação de pessoal, além de valorização salarial e acompanhamento médico. Os policiais já estão em estado de greve e não descartam a possibilidade de paralisação geral.O objetivo dos agentes foi pedir o apoio do Legislativo de Campinas. “Chegamos à falência da segurança pública e precisamos fazer esse apelo à população. Por isso, viemos pedir para que os vereadores assinem e enviem uma moção ao governador e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo para que eles se sensibilizem”, ressaltou o presidente do sindicato, Aparecido Lima de Carvalho. Antes da manifestação, a categoria suspendeu os atendimentos em pelo menos nove das 13 delegacias do município, das 10h às 16h.Ao chegarem na Câmara, eles foram recebidos por vereadores. O presidente da Casa, Campos Filho (DEM), comprometeu-se a enviar até a próxima semana os comunicados para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o secretário estadual de Segurança, Fernando Grella Vieira. De acordo com dados do Sinpol, Campinas tem 492 policias civis e está com déficit equivalente a 37% em relação ao necessário. Entretanto, segundo George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), o déficit é muito maior. “Esse déficit de 300 está sendo feito em relação a uma contagem de 1994, ou seja, Campinas cresceu e o quadro de policiais continuou o mesmo. Pelo Sindpesp, Campinas precisaria de mais de mil policiais”, explicou.“A Polícia Civil não está conseguindo investigar, prender e exercer o seu papel. Infelizmente, os delegados são fazedores de BOs. O prejuízo que a sociedade está sofrendo está sendo debitado em nossa conta”, disse a presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Marilda Pansonato Pinheiro. “Nosso salário é o segundo pior do País.”Antes da protesto, os agentes suspenderam as atividades entre 10h e 16h. Segundo o Sinpol, esta foi a quinta vez que os policiais realizaram a Operação Blecaute em apenas um mês.A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou, em nota, que negocia a questão salarial com todas as categorias da polícia. No comunicado, o órgão alegou que nos últimos dois anos, policiais civis, militares e científicos tiveram um reajuste de 27,7% na remuneração, além de um pacote de benefícios. Veja também Polícia Civil faz nova paralisação em Campinas Protesto é para chamar a atenção do governo do estado para a falta de condições de trabalho Polícia Civil faz paralisação nesta terça-feira em Campinas Protesto é para chamar a atenção do governo do estado para a falta de condições de trabalho Polícia Civil faz paralisação nesta terça-feira em Campinas Protesto é para chamar a atenção do governo do estado para a falta de condições de trabalho