Polícia tira 4,2t de cocaína das ruas

O volume de apreensões de cocaína nos oito meses de 2020 na área de abrangência do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2), de Campinas, é três vezes maior que todo o ano de 2019: cerca 4,3 toneladas, contra 1,4 tonelada no ano passado. A maior apreensão registrada neste ano ocorreu em Indaiatuba, em agosto, quando 1,3 tonelada de cocaína pura foi encontrada em uma chácara na área rural no limite da cidade com Campinas, na região do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. No mesmo dia, também foram apreendidos por Jundiaí, 277 kg. De acordo com o delegado diretor, José Henrique Ventura, só o valor estimado dessas duas apreensões chega a R$ 45 milhões – se multiplicar por três, chega a R$ 135 milhões. “Há uma grande diferença entre a apreensão feita com transporte e de investigação. Geralmente se apreende grande quantidades de maconha, transportando. Já a cocaína é mais difícil apreender no transporte. É mais por investigação”, disse Ventura. “Nunca teve uma apreensão tão grande de cocaína pura, como esta, em Campinas ou região. Essas apreensões é uma retribuição ao nosso trabalho. A gente tem preocupação de combater todos os crimes, mas foca especialmente no tráfico porque é o entorpecente a causa de dos demais crimes”, acrescentou. O Deinter-2 abrange as duas seccionais de Campinas, a de Jundiaí, de Bragança Paulista e de Mogi Guaçu, com um total de 118 unidades policiais, distribuídas em 38 municípios. Somente em agosto, foram apreendidos 1.447.931 kg de cocaína, sendo a maior parte pela Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente (Dise). Os demais pelas delegacias de área. Em junho, foi o segundo maior volume, com 326.063, seguido de abril, com 314.768. Em 2019, a maior apreensão foi em agosto, com 217.946 quilos, sendo 182.477 pela Dise. “A droga está muito ligada aos demais crimes. Mais de 80% dos homicídios que são registrados, são por conta de acertos de contas relacionados a drogas. Os roubos e furtos também ocorrem por casa da droga, já que usuários usam o dinheiro ou os objetos para comprar entorpecente. Acidentes também”, destacou o diretor do Deinter-2. “A nossa satisfação é de dever cumprido. Toda vez que há uma apreensão de drogas, estamos livrando um adolescente e as famílias de um grande mal que ia causar”, emendou Ventura. Toda a droga apreendida é incinerada, segundo a polícia Em 2019, o Deinter-2 incinerou cerca de 6,6 toneladas. Nos oito meses deste ano já somam aproximadamente 3,4 toneladas, inclusive a apreendida nas cidades de Indaiatuba de Jundiaí. Entre os destaques deste ano, está o desmonte de duas refinarias de drogas, com a apreensão de 240 quilos de cocaína, além de duas máquinas de embalagem a vácuo, quatro armas – duas delas com silenciador -, e três veículos, em Campinas. Também teve a identificação de uma quadrilha especiailizada em traficar maconha conhecida como colombiana, em maio. Quatro pessoas foram presas na época e que tinham ligação com traficantes do Uruguai. Armas Os números de prisões e armas apreendidas também aumentaram neste ano, se comparado a 2019. Somente em Campinas, nos oito meses deste ano foram presas 2.113 pessoas, contra 2.073 no ano passado. A quantidade de armas também foi grande neste ano: 257 contra 223, em 2019. “A média de prisões por mês, em toda a região, é de 200 pessoas. O trabalho da Polícia Civil não aparece, não é visto pela população, mas há um grande resultado. Mesmo com um quadro de policiais que não é o ideal e em época de pandemia, o trabalho da polícia, em geral, foi muito bom. Esclarecemos os crimes de grande repercussão, tivemos muitas apreensões de veículos, de armas. Enfim, o trabalho está sendo feito”, destacou Ventura.