Dois diretores do Vera Cruz também foram ouvidos na última segunda
A Polícia Civil de Campinas retomou na quarta-feira (07) os depoimentos que pretendem individualizar as responsabilidades pelo erro que causou a morte de três pacientes que foram submetidos a exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz. Ontem, foram ouvidos os médicos e sócios Adilson Prando e José Luiz Cury Marins, além de Patrícia Prando e Marcos Marins, médicos e filhos dos donos da RMC, clínica que realiza os exames dentro do hospital. Os detalhes dos depoimentos, que levaram mais de 12 horas, não foram divulgados pelo delegado José Carlos Fernandes, titular do 1º Distrito Policial. Entretanto, dois advogados que companharam as oitivas disseram que os sócios podem ser indiciados por homicídio doloso, fraude processual e quebra de sigilo médico. De acordo com as investigações, as vítimas receberam na veia por engano 10 mililitros de perfluorocarbono — substância industrial letal. Na última segunda-feira, a polícia ouviu o proprietário da empresa que forneceu a substância. Ele informou que não sabia que o produto era usado para exames de ressonância. Dois diretores do Vera Cruz também foram ouvidos na última segunda. Eles disseram que o hospital desconhecia o uso do perfluorocarbono e que a responsabilidade é da clínica. O advogado Ralph Tórtima Stettinger, que representa a RMC, disse que clínica e hospital “têm a mesma responsabilidade sobre as mortes”. Em nota, a RMC informou que a substância era usada desde 2005 em exames da próstata com bobina endorretal e em exames específicos, com “determinadas estruturas anatômicas superficiais”.