ADMINISTRAÇÃO

Polícia investiga funcionária 'fantasma'

Assessora da Prefeitura de Americana recebia salário apesar de estar afastada

Bruna Mozer
bruna.pinto@rac.com.br
01/03/2013 às 05:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:38

O Ministério Público de Americana encaminhou à Polícia Civil ofício para instauração de um inquérito criminal contra Edilea Cristina Pereira de Paula contratada pela Prefeitura como assessora, mas que seria funcionária “fantasma” há pelo menos um ano. O Portal da Transparência da Administração aponta registros de pagamentos feitos à Edilea entre julho de 2011 e dezembro de 2012. O valor total pago gira em torno de R$ 70 mil — os salários variam entre R$ 3,9 mil e R$ 4,2 mil. Edilea estava lotada na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos.

O pedido de instauração do inquérito policial foi feito pelo promotor de Justiça dos Direitos Humanos e do Patrimônio Público Social de Americana, Sérgio Claro Buonamici, após uma denúncia do jornal da cidade O Liberal. No ofício, ele afirma que há indícios de crime de peculato — abuso de confiança e de dinheiro público.

Segundo reportagem publicada pelo veículo na última terça-feira (26), Edilea admitiu que não “prestava serviços à Prefeitura há mais de um ano”, apesar de os pagamentos constarem no balanço da Administração.

O inquérito deverá ser concluído dentro de 30 dias e, segundo o ofício do promotor, poderá atingir o prefeito Diego De Nadai (PSDB) — reeleito ano passado. De acordo com o documento, o promotor pede à polícia que “apure a eventual conivência dos superiores hierárquicos com a conduta da funcionária”. A reportagem apurou que os resultados das investigações podem resultar na abertura de uma ação por improbidade administrativa contra o prefeito.

Edilea é esposa do ex-assessor da Prefeitura Marco Antonio de Paula — conhecido como Capivara. Segundo a denúncia do jornal, ela teria ocupado o cargo dele após sua exoneração, em junho de 2011. Capivara era um dos assessores nomeados pelo prefeito e já esteve na mira do MP por supostamente receber ajuda de políticos para arregimentar famílias para invasão em terras da região.

Ofício

De acordo com o ofício, o promotor pede que a polícia reúna — mesmo que seja necessária intervenção judicial — cópias do auto de nomeação e exoneração da funcionária, “dos holerites ou comprovantes de pagamento dos salários” e até de extratos bancários para a comprovação dos depósitos salariais.

O promotor também quer que os funcionários da Secretaria de Obras e de Serviços Urbanos sejam ouvidos para que “expliquem as funções exercidas pela assessora”.

A Delegacia Seccional de Americana confirmou nesta quinta (28) que recebeu o ofício e que o delegado Miguel Wil Cornacchioni Escrivão deu encaminhamento ao caso. Somente após as investigações o promotor poderá avaliar a necessidade de oferecer a denúncia à Justiça.

Procurada, a Prefeitura de Americana não deu retorno à reportagem até o fechamento desta edição. Edilea também foi procurada, mas não foi encontrada. Em entrevista à imprensa nesta semana, ela chegou a dizer que “sabia que estava errada, mas que não estava sozinha nisso”.

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