MEGAOPERAÇÃO EM 5 ESTADOS

Polícia Federal mira tráfico de cocaína e prende um na região

Foram cumpridos pela corporação ontem 43 mandados de busca e apreensão e 7 de prisão preventiva

Isadora Stentzler
20/04/2022 às 09:16.
Atualizado em 20/04/2022 às 09:16
Investigações iniciaram em fevereiro de 2021, quando um jato Dassault Falcon 900 pousou em Salvador com 595 quilos de cocaína escondidos (Polícia Federal)

Investigações iniciaram em fevereiro de 2021, quando um jato Dassault Falcon 900 pousou em Salvador com 595 quilos de cocaína escondidos (Polícia Federal)

A Polícia Federal cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco, durante a “Operação Descobrimento”, deflagrada na manhã de ontem, volstada ao combate ao tráfico internacional de cocaína. 

A operação visava a desarticular uma organização criminosa que agia com ramificações no Brasil e em Portugal. Um dos mandados contou com apoio da Polícia Federal de Campinas, que prendeu um acusado na região. 

Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga. 

Dois dos alvos foram a doleira Nelma Kodama, condenada na “Operação Lava-Jato” e presa em Portugal, e o ex-secretário de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Nilton Borgatto, detido em Cuiabá. 

Investigações 

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador, na Bahia, para realizar o abastecimento. Depois de ser inspecionado, foram encontrados 595 quilos de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave. 

A partir dessa apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem do avião para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo). 

As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador (BA) e pela Justiça portuguesa. 

A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados. 

No curso das averiguações, os agentes da PF contaram com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration - Agência norte-americana de combate às drogas), da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária Portuguesa e do Ministério Público Federal. 

Doleira presa 

Um dos alvos da operação foi a doleira Nelma Kodama, ex-mulher do doleiro Alberto Youssef, que havia sido condenada pela “Operação Lava-jato”, em 2014, a 18 anos de prisão por corrupção, evasão de divisas e organização criminosa. 

Ela foi presa em março daquele ano no Aeroporto Internacional de Guarulhos, tentando fugir para Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. 

Nelma ficou conhecida após citar a música” Amada Amante”, de Roberto e Erasmo Carlos, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015. 

Em 2018, ela também havia se tornado alvo de investigação por receptação de joias roubadas. Já em agosto de 2019, a Justiça Federal autorizou que a doleira retirasse a tornozeleira eletrônica e fosse solta.

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