sequestro relâmpago

Polícia Civil identifica quadrilha de playboys

Investigação é do 12º DP de Campinas; bandidos agiam no trevo da Leroy Dom Pedro I e os integrantes, jovens universitários, marcavam a ação em balada

Alenita Ramirez
24/06/2020 às 10:57.
Atualizado em 28/03/2022 às 22:45
Agentes de Campinas identificam quadrilha que atua no trevo da Avenida Mackenzie (Divulgação)

Agentes de Campinas identificam quadrilha que atua no trevo da Avenida Mackenzie (Divulgação)

Agentes do 12º Distrito Policial (DP) de Campinas, identificaram uma quadrilha de classe media/alta especializada em sequestro relâmpagos. Os integrantes são jovens universitários com idades entre 20 e 25 anos que combinam as ações durante baladas em casas noturnas da cidade. O grupo age entre 19 horas e meia-noite, na rotatória da Leroy Merlin/Decathlon, na altura da Avenida Mackenzie, próximos aos shoppings centers e de condomínios de luxo. A identificação se deu após denúncias de ao menos cinco vítimas e com a ajuda da Guarda Municipal, através da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp). A prisão dos suspeitos será solicitada à Justiça. Os ataques aconteceram em um período de 48 dias, nos dias 23 e 29 de abril, 01 e 05 de maio e no último dia 11 de junho. Os criminosos tentaram movimentar cerca de R$ 160 mil das contas das vítimas e só não conseguiram todo o valor porque os bancos, estranhando transferências de alto valor, bloquearam as contas. Por ser uma região nobre de Campinas, os ladrões abordam apenas carros de luxo e atacam quando o motorista reduz a velocidade para fazer uma curva e entrar na rotatória. De acordo com o investigador-chefe Marcelo Hayashi, a quadrilha é composta de ao menos nove bandidos, mas até agora foram identificados seis deles. “Eles usam carros ‘quentes’ e cortam a frente do carro para obrigar o motorista a parar. Dois deles descem do carro e abordam a vítima. Sempre armados e com o uso de máscara de proteção facial e gorro”, contou Hayashi, frisando que a vítima é mantida no carro dela e fica circulando com os criminosos até que eles conseguem o que querem. Na ação, os bandidos obrigam a vítima a entregar celular, cartão bancário, senha e até notebook. Segundo Hayashi, como os criminosos cursam áreas de informática e administração de empresas, eles hackeiam as contas das vítimas e realizam saques, transferências e compras pela internet. “A autoria de crimes nunca foi exclusividade de determinada classe social no Brasil. Temos nos últimos tempos, inúmeros exemplos, até este violento, com participação de jovens de classe média/alta, que estudam em instituições superiores, possuem veículos novos e famílias em confortável situação econômica”, disse o delegado Cássio Vita Biazolli. De acordo com Hayashi, os suspeitos andam arrumadinhos e não têm passagem criminal. Eles marcam os crimes nas baladas localizadas no bairro Cambuí e na própria região de ataque, e por redes sociais. “São jovens que não têm noção da condenação que vão receber”, disse o investigador-chefe. Identificação A partir de denúncias das vítimas, os policiais cruzaram informações e realizaram diligências em locais de ataque e de onde as vítimas foram deixadas. Através da ajuda da GM, os agentes identificaram dois veículos usados nas ações, um GM-Vectra de cor prata na prática de três sequestros relâmpagos e um Ford-KA preto, no último crime. Com a identificação dos carros, os policiais chegaram a dois do bando e descobriram que três estão diretamente ligados aos sequestros relâmpagos e outros três estão associados em empréstimos de contas bancarias. Segundo Hayashi, os criminosos emprestam contas de colegas de baladas para transferirem dinheiro. Três dos suspeitos estão presas por envolvimento do mesmo crime em Campinas, Valinhos e Bragança Paulista.

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